Um pouco mais, um pouco menos de dois anos. Esse foi o tempo com o qual o Mestre Osvaldo Alves de Albuquerque conviveu com um câncer, segundo pessoas mais próximas, de Próstata. Nesta Segunda-feira dia 18 de julho, no Rio de Janeiro, o Papa do JiuJitsu Brasileiro, Presidente da Federação Amazonense de Jiu-jitsu, se juntou aos demais gigantes do esporte que revolucionou o mundo das lutas.
Na pagina pessoal (Instagram) do Historiador Rildo Heros, a noticia em primeira mão, impacta todos que lêem.
“Sim ,. infelizmente é verdade”.
Osvaldo Alves de Albuquerque, que tinha 83 anos e 07 meses, estava internado no Rio de Janeiro e recebia ajuda dos Amazonenses Horácio, Elvys Damasceno e Orley Lobato.
O mestre Osvaldo Alves de Albuquerque, um dos responsáveis por trazer o Brasilian jiu-jítsu ao Amazonas, recebeu o Título de Cidadão do Amazonas no plenário Ruy Araújo, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Era pessoa comumente vista nos espaços esportivos da capital amazonense, considerada por muitos, a capital mundial do JiuJitsu, fama adquirida pelo altíssimo desempenho dos atletas aqui treinados.
Nascido no Estado do Acre, foi com a família para o Rio de Janeiro ainda bebê, e na capital fluminense começou a treinar artes marciais na academia de um antigo campeão japonês chamado Fujimata.
Antes dos 10 anos de idade passou a treinar com a família Gracie. Aos 17, após ter conquistado duas medalhas de ouro no PANAMENRICANO DE JUDÔ, recebeu uma bolsa de estudos da Universidade Gama Filho, e foi ao Japão treinar numa das mais tradicionais escolas de judô do mundo, a Universidade Tenri. Treinava Judô e Jiu-jitsu com a mesma dedicação e intensidade.
Após 5 anos no Japão, optou por morar no Amazonas e trouxe com ele toda sua experiência na arte marcial, sendo o iniciador e o organizador do jiu-jítsu no Amazonas.
Osvaldo Alves, com sua organização, conseguiu sistematizar as academias, reciclar os professores, reformar e organizar a federação e graduar inúmeros campeões estaduais, como Ronaldo Jacaré, Fredson Paixão entre outros.
De jovem aluno de Carlos Gracie a um dos mais aplicados desenvolvedores da luta , atualmente. mais praticada no mundo, Osvaldo repassou a todos os que pediram, seus conhecimentos desenvolvidos durante quase 80 anos de dedicação ao esporte.
Nomes como Vitor Belfort, Amaury Bitetti, Paulo Filho, Rodrigo Minotauro, João Roque, Zé Mario Sperry, Paulo Caruso, Carlos Gracie Júnior, Fredson Paixão, Sérgio Penha e alguns amazonenses como Ronaldo Jacaré, Bibiano Fernandes fazem parte dos milhares de alunos de Mestre Osvaldo.
Osvaldo Alves foi também o diretor técnico da International Brazilian Jiu-Jítsu Federation (IBJJF) e é sempre foi procurado pelos melhores atletas do jiu-jítsu para aperfeiçoamento das técnicas.
Osvaldo Alves alcançou a graduação de faixa vermelha na arte suave, uma verdadeira façanha. É considerado uma lenda do esporte modificou milhares de vida em todos os locais onde passou a ser praticado o JIUJITSU.
A arte marcial era filosofia de vida de Osvaldo Alves, que transformou e melhorou as pessoas que a ele pediram ajuda, conselhos, ensinamentos e oportunidade.
Em matéria feita pelo Globo Esporte no Ano de 2013, Osvaldo Alves mostrou alegria ao reconhecer publicamente o Amazonas como um estado brasileiro, grato pelo que ele fez.
O que muito me emociona é ter um Estado no meu país que eu sei que tive participação decisiva e pude contribuir no crescimento da arte. A minha contribuição para o Amazonas e a relação que eu criei com Manaus através do jiu-jitsu é o que me prende aqui. Fiz, não somente alunos, mas grandes amigos nesta cidade. Eu só tenho a agradecer a Deus por ele ter me dado o dom de espalhar a arte – contou o professor.
E foi no Amazonas, que na decada de 1980 foi criada uma das competições mais trtadicionais do JiuJitsu Brasileiro, a Copa Osvaldo Alves, que traz ao Amazonas atletas de todos os lugares de Brasil e que exige dos amazonenses todo o empenho , da forma que era o Mestre.
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Sobre o Amor por ensinar, ele finalizou a matéria do GE assim :
– Ou você aprende e repassa, ou você é egoísta. Meu trabalho e minha vida sempre foram voltados para a evolução dessa arte. Eu só me esforço ao máximo, sempre, para passar o melhor de mim – concluiu.
De Acordo com Rildo Heros, a morte de Osvaldo Alves significa o fim de uma era : “Dentre todos aqueles que se notabilizaram em fazer o JiuJitsu brasileiro a luta mais eficiente do mundo, Osvaldo Alves era o ultimo vivo. Agora as gerações futuras não terão mais a presença dos mestres, mas carregarão a responsabilidade de dar continuidade a tudo o que eles aprenderam, aperfeiçoaram e ensinaram”, finalizou o historiador.