Considerado o pai do jiu-jítsu no Amazonas, mestre Osvaldo Alves de Albuquerque faleceu na noite desta segunda-feira, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de complicações causadas pelo câncer. Aos 83 anos, o faixa vermelha de uma das lutas mais praticadas no mundo, deixa um legado como esportista e como professor de dezenas de campeões.
“Mestre Osvaldo foi o maior treinador dos campeões mundiais dos últimos tempos. Seus ensinamentos serão eternos, sua sabedoria e amor pelo esporte ficarão para sempre. Seu legado e seu nome serão sempre lembrados”, disse o vice-presidente do GM Osvaldo Alves, na Federação de Jiu-Jítsu do Amazonas, Elvys Damasceno, faixa preta 5º grau e aluno do mestre.
Nascido no Acre, criado no Rio de Janeiro, Osvaldo Alves iniciou no judô, esporte pelo qual conquistou duas medalhas no Pan-Americano de Judô, aos 17 anos. Na mesma época, mudou-se para o Japão, onde passou cinco anos apurando as técnicas das duas artes marciais que praticava: judô e jiu-jítsu. Quando retornou ao Rio de Janeiro, ajudou a família Gracie a aperfeiçoar determinados movimentos e começou a dar aula na academia deles.
Segundo Elvys Damasceno, mestre Osvaldo carregava também o título de ‘enciclopédia do jiu-jístu’. “Ele tem uma história incrível dedicada a essa luta e posso afirmar, com convicção, que ele é um dos maiores representantes do jiu-jítsu no mundo. O maior responsável por essa luta ter chegado ao Amazonas, estado que hoje é celeiro de campeões na modalidade”, continuou.
O aluno de Osvaldo Alves relembra que pelas mãos do mestre passaram campeões como Vitor Belfort, Amaury Biteti, Paulo Caruso, Carlos Gracie Júnior, Fredson Paixão, Ronaldo Jacaré e Bibiano Fernandes. “Quem mais tem um currículo destes? Ele era realmente o melhor”, destaca Elvys.
Ele lembra ainda um grande ensinamento do mestre: ou você repassa ou é egoísta. “Mestre Osvaldo dedicou sua vida à evolução do jiu-jítsu no país. Ele sempre se esforçou para passar o melhor para seus alunos. E é isso que faz dele o grande homem que sempre foi e que nunca será esquecido por quem pratica e por quem admira o jiu-jítsu”, destacou.
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Roberto Cidade, também lamentou a morte de mestre Osvaldo Alves. “Ele deixa um legado inestimável para todas as gerações que hoje ficam órfãs. Estamos todos de luto. Ao mestre Osvaldo, minha admiração e eterna gratidão”, disse.