Influência dos irmãos pode superar a dos pais. Principalmente dos mais velhos !

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republicado de www.otempo.com.br

Menor diferença de idades tende a ser fator-chave para relação

Pais e mães costumam ter a – justa – preocupação de serem modelos para seus filhos. O que eles talvez não saibam é que, muitas vezes, quem realmente exerce influência na vida das crianças são os irmãos.

Essa influência dos irmãos acontece porque a imitação também é uma forma de aprendizado. “Uma forma importante de aprendermos algo é por modelação, ou seja, por meio da observação direta do comportamento de outrem. Nesse sentido, um irmão acaba, muitas vezes, aprendendo com o outro dessa forma, principalmente se o comportamento em questão for aprovado pelos pais ou outros pares”, comenta o psicólogo Ghoeber Morales, que é mestre em análise do comportamento.

Segundo pesquisas, o poder dos irmãos pode vir da proximidade de idades, que leva a uma proximidade também de experiências. “O que aprendemos com nossos pais pode coincidir com o que aprendemos com nossos irmãos, mas em algumas áreas esses conhecimentos diferem-se bastante. Irmãos são melhores modelos de comportamentos informais, porque eles estão mais próximos dos ambientes frequentados pelas outras crianças”, explicou ao jornal inglês “Daily Mail” a pesquisadora norte-americana Laurie Kramer, da Universidade de Illinois.

No caso do estudante universitário João Campos, 21, a influência que recebeu da irmã Karla Mara Souza Anselmo, 26, moldou aspectos muito importantes de sua vida e até de sua identidade. Tudo começou porque Karla passou na seleção do programa Valores de Minas, em que os jovens têm a oportunidade de ter contato com várias atividades artísticas. “Lembro que fiquei megatriste no começo, porque não passávamos mais as tardes juntos. Durante as nossas conversas, o assunto principal era o Valores de Minas”, conta João.

Mas bastou pouco para o ciúme se transformar em admiração e vontade de seguir os passos da irmã. “Quando contei a ela que havia passado (na seleção), foi como se eu tivesse ganhado um Oscar. Ela me acompanhou em todas as apresentações e foi a todos os dias do meu espetáculo”, lembra.

A vivência no programa fez o então adolescente João fazer descobertas profundas sobre si mesmo. “Lá, me identifiquei como homossexual, uma coisa que eu nem sabia que existia. Isso me ajudou a me entender, me aceitar e me respeitar muito. Eu me tornei quem sou hoje depois que passei pelo Valores. E isso tudo foi por conta da Karla, porque ela que me falava para me inscrever, que eu poderia passar”, revela João.

O poder influenciador dos irmãos, contudo, não pode substituir o papel dos pais no processo de educação e de socialização da criança. “Colocar a responsabilidade no irmão mais velho pode significar um fardo para ele, por sentir-se obrigado a fazer tudo corretamente. Os pais precisam ficar atentos e cuidar para fazer exigências diferenciadas aos filhos, considerando a idade de cada um, bem como suas habilidades e competências específicas”, alerta o psicólogo Ghoeber Morales. Ele lembra que o filho mais velho já tem os próprios desafios a serem superados, e colocar a cota do mais novo sobre ele pode ser demais.

Contato. A relação com os irmãos costuma ser a primeira e mais duradoura na vida de uma pessoa.
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O Gisnasta Diego Hipólito declarou que a a escolha pela profissão, teve a influencia da irmã mais velha, Daniele Hipólito.

Normalmente, são os irmãos mais velhos que influenciam os mais novos em suas escolhas. Mas, algumas vezes, essa lógica pode ser invertida. “A questão crucial não é a idade, mas o grau de companheirismo, amizade e respeito entre eles”, declara o psicólogo Ghoeber Morales.

Essa dinâmica invertida acontece quando os irmãos já são mais velhos – crianças maiores ou adultos. “Dificilmente aconteceria se as idades fossem de 3 e 1 ano”, diz Morales.

No caso dos irmãos João Campos, 21, e Karla Anselmo, 26, ele foi o grande influenciador de praticamente todas as escolhas do casamento dela. “Foi incrível. Ela estava completamente perdida sobre as coisas do casamento. Logo depois de ter recebido o pedido, me chamou para ser ‘madrinho’ (uma mistura de padrinho com madrinha). Eu ajudei a escolher vestido, comida, decoração. Só não escolhi o noivo”, conta João, rindo.(RS)

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