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GENOCÍDIO EM GAZA – ICL Notícias

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Iara Balduíno – EBC

Após 11 semanas de bloqueio israelense à ajuda humanitária em Gaza, no domingo caminhões com suprimentos foram autorizados a entrar no território palestino, mas, segundo as Nações Unidas, nenhuma comida foi entregue até agora à população.

Em uma entrevista nesta terça-feira (20) à TV pública britânica, o diretor de Ajuda Humanitária da ONU, Tom Fletcher, afirmou que 14 mil bebês podem morrer nas próximas 48 horas, caso não recebam comida e remédios.

O exército israelense afirmou que 93 caminhões com suprimentos já entraram no território palestino desde domingo. Segundo as Nações Unidas, toda a carga ainda está em poder de Israel e precisa passar por mais uma etapa de checagem antes de ser distribuída.

Israel autorizou a entrada de 100 caminhões com suprimentos em Gaza, mas, segundo a ONU, a quantidade é insuficiente, como uma gota no oceano. Seriam necessários 500 caminhões por dia para amenizar a fome da população.

Gaza

Criança nos escombros de prédio, em Gaza. Foto: AFP

A crise humanitária em Gaza se agrava a cada dia e o governo de Benjamin Netanyahu começa a perder o apoio de aliados históricos. Nesta terça-feira, o ministro de relações exteriores britânico anunciou a suspensão das tratativas para um acordo de livre comércio com Israel e novas sanções contra colonos que ocupam áreas do território palestino na Cisjordânia. O Reino Unido também convocou a embaixadora israelense em Londres para dar explicações sobre a nova ofensiva israelense no território palestino.

Em resposta, Israel disse que “pressão externa não desviará Israel de seu caminho na defesa de sua existência e segurança contra inimigos que buscam sua destruição”

Nesta terça-feira também o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, chamou a ofensiva israelense de carnificina.

“Cerca de 90% da população de Gaza, ou seja, 1,9 milhão de pessoas, foram deslocados de onde vivem. São dados do dia 15 de maio corrente. Temos até o momento, segundo dados também do dia 13 de maio, um inaceitável número de mais de 53 mil palestinos civis mortos, dos quais mais de 15,6 mil são crianças e cerca de 8,3 mil mulheres. Além disso, há 120 mil feridos”.

O Itamaraty também anunciou que 12 brasileiros e familiares de brasileiros foram retirados da faixa de gaza e já estão na Jordânia. Fazem parte do grupo seis crianças ou adolescentes.

Manifestantes israelenses tentam bloquear entrada de ajuda humanitária

O site da Al Jazeera informa que um grupo de manifestantes israelenses se reuniu na passagem de Karem Abu Salem (Kerem Shalom de Israel), bloqueando a entrada de ajuda, relata a mídia israelense Arutz Sheva.

Uma das manifestantes, Reut Ben Haim, disse que é uma “injustiça inimaginável” que a ajuda chegue a Gaza enquanto o Hamas mantém prisioneiros israelenses lá. “Não podemos ficar de braços cruzados enquanto esse mal aos nossos reféns continua”, disse ela, segundo Arutz Sheva, antes de ser presa pela polícia.

Outro manifestante, Asriel Machlev, disse que seria um “suicídio nacional” para Israel permitir que qualquer ajuda entrasse em Gaza e prometeu continuar tentando bloqueá-la.

“Cada caminhão que entra na Faixa prolonga a guerra”, disse Machlev, citado pela Arutz Sheva. “É hora de dizer: até que os reféns voltem para casa, sem ajuda. Estaremos aqui todas as semanas, centenas de reservistas, para impedir fisicamente essa manobra insana.”

Bebê ferido, em hospital de Gaza. Foto: AFP

Equipes médicas em hospital no sul de Gaza enfrentam escassez de suprimentos

Ahmed al-Farra, diretor de pediatria e obstetrícia do Hospital de Maternidade al-Tahreer, parte do Complexo Médico Nasser, no sul de Gaza, diz que as equipes médicas estão enfrentando condições terríveis depois que repetidos ataques israelenses forçaram a evacuação de pacientes do Hospital Europeu, também no sul de Gaza.

“O Complexo Médico Nasser está muito, muito lotado, pois o Hospital Europeu está completamente destruído e ninguém pode ser tratado lá”, disse ele à Al Jazeera. “Mas temos que continuar. Temos a obrigação de continuar. Este é o nosso dever.”

Tratar pacientes críticos, especialmente crianças, à medida que os recursos diminuem, tem se tornado cada vez mais desafiador, disse ele.

“Nenhum suprimento médico chegou ao hospital… Gaza precisa de quase 500 caminhões todos os dias para resolver o problema. Estamos falando de muitas doenças devido à desnutrição grave, à falta de alimentos, à falta de leite e à falta de suprimentos médicos”, enfatizou al-Farra, acrescentando que a situação era insustentável e mortal para as crianças em Gaza.

 

*Com Al Jazeera

 



Fonte: ICL Notícias

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