Flamengo vendeu Paquetá: ‘Não somos donos do atleta’

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A venda de Lucas Paquetá ao Milan obrigou o Flamengo a fazer uma entrevista coletiva para esclarecer pontos sobre a negociação. Na manhã desta quarta-feira, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, o vice de futebol, Ricardo Lomba, e o diretor-geral e CEO, Bruno Spindel, explicaram como aconteceu a saída, por que a venda foi concretizada e ainda como não conseguiram a renovação com o jovem, mesmo oferecendo um salário melhor.

– É leviano pensar que em qualquer um de nós tinha interesse de nos desfazermos de um jogador que está no clube desde 11 anos, identificado com a torcida. Ninguém fica feliz em perder um ídolo desses. Grandes clubes europeus têm nos procurado há algum tempo – afirmou Lomba, que é candidato à presidência do clube no próximo triênio

– Tentamos renovar o contrato, com reajuste e novo prazo. Mas temos que olhar as aspirações profissionais. Ele queria jogar na Europa, jogar Champions, em um futebol mais estruturado. Não somos donos do atleta.

Lomba afirmou que a venda foi rentável ao Flamengo e que seria difícil mantê-lo. Ele ainda lembrou que quase todo o valor será aproveitado para o próximo triênio com um novo presidente, que será eleito em dezembro de 2018.

– Vale ressaltar que conseguimos passar pela janela de meio de ano, e o Paquetá fica até o fim do ano. No ponto de vista financeiro, é uma transação muito boa para o Flamengo. A maior parte do dinheiro fica para o próximo triênio – avisou Lomba.

Assim como já havia afirmado em entrevista ao site “Coluna do Flamengo”, Spindel afirmou que a preocupação do clube era que Paquetá não saísse na parada da Copa do Mundo de 2018. O CEO avisou que ele saiu por um valor próximo ao da multa rescisória. O atual contrato era até 2020.

– A maior preocupação é que ele não saísse no meio do ano. Vai sair por um valor próximo da multa, sem prejudicar 2018 ou o ano de 2019, saindo no meio do ano, quando é sempre uma transação muito complicada. Dá para fazer um planejamento de reposição – disse o CEO.

Segundo a “Coluna do Flamengo”, os 35 milhões de euros e mais 10 milhões de euros em bonificações serão pagos em quatro parcelas. A primeira vai ser depositada até o dia 22 de outubro (5 milhões de euros), a segunda em janeiro de 2019 (15 milhões de euros), a terceira em julho de 2019 (10 milhões de euros) e a quarta em janeiro de 2020 (5 milhões de euros). Como o clube tinha 70% do direito do atleta, o Rubro-Negro vai receber cerca de 24 milhões de euros.

OUTROS TRECHOS DA COLETIVA:

BRIGA PELO TÍTULO

Vamos brigar pelo título brasileiro com o Paquetá e teremos tempo para planejar essa reposição. Tivemos um benefício financeiro e nos resguardamos esportivamente. O Paquetá quer jogar com os melhores. E hoje os melhores estão na Europa. É o sonho dos jogadores. (Spindel)

DINHEIRO DA VENDA

Temos certeza que teremos um Flamengo mais forte ainda no ano que vem. Todos os recursos da venda serão investidos no futebol. Vai nos ajudar ainda mais a brigar por títulos. Vamos fazer de tudo para que o Fla seja campeão de tudo. (Spindel)

VALOR DA MULTA

No futebol mundial vocês vão encontrar pouquíssimas transações com valor total da multa. Até pq não seria negociação. Não dá para ler e ouvir absurdos sobre isso. A transação foi feita por um valor muito próximo da multa, considerado suficiente e atrativo. O valor da multa para o mercado nacional era de R$ 60 milhões. O Flamengo poderia ficar sujeito a perder o Paquetá para um clube no Brasil. Seria um risco. Mas sempre contamos com a parceria com o atleta e seu procurador. (Bandeira de Mello)

ACORDO NA SAÍDA

Havia um acordo com o Paquetá para que, mesmo pelo valor da multa, ele não saísse no meio do ano. Ele negociado agora, nos dá 3 meses para nos planejarmos para o ano que vem. (Spindel)

PRORROGAÇÃO DE CONTRATO

Sempre tentamos prorrogar o contrato dele. Era nosso objetivo dar um aumento substancial e aumentar o valor da multa. Mas o jogador tem o sonho de jogar na Europa. E temos que entender isso. (Bandeira de Mello)

BRIGA COM TIMES EUROPEUS

Ainda é impossível competir com grandes clubes da Europa. Mas com a evolução das finanças, a tendência é que a gente chegue lá. No ano que vem já estaremos em uma situação melhor. Quase todos recursos da venda do Paquetá ficará para próximo administração. (Bandeira de Mello)

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