Flamengo fez fortuna com trio da base, mas nada de títulos

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Em pouco mais de um ano, o Flamengo fez uma verdadeira fortuna com a venda de três jogadores formados em casa. Vinicius Júnior, Felipe Vizeu e Lucas Paquetá são os responsáveis pela entrada de pelo menos R$ 250 milhões nos cofres rubro-negros. A negociação do último, no entanto, expõe um clube que não conseguiu retorno em duas frentes importantes através dos “Garotos do Ninho”.

A transferência de Paquetá ao Milan-ITA será anunciada por 35 milhões de euros (cerca de R$ 150 milhões). O Flamengo tem direito a 70% e embolsará cerca de R$ 100 milhões. Ainda existem variáveis que podem fazer com que o Rubro-negro lucre mais. Tudo dependerá do desempenho do jogador e do próprio rendimento do clube italiano nas competições disputadas no Velho Continente.

Por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal, a maior parte do pagamento parcelado entrará na conta do Flamengo apenas em 2019, já na gestão do novo presidente – Rodolfo Landim e Ricardo Lomba são os favoritos na eleição de dezembro. Se o montante entrasse agora, o presidente Eduardo Bandeira de Mello precisaria solicitar uma suplementação orçamentária ao Conselho de Administração (CoAd). Ocorre que o poder independente trava uma guerra contra o mandatário nos bastidoresda Gávea e, muito provavelmente, o CoAd decidiria como o dinheiro seria aplicado.

Na carona de Paquetá, o Flamengo ainda soma a venda de Vinicius Júnior ao Real Madrid-ESP por 45 milhões de euros. Nos cofres rubro-negros, após abatimento de comissões e demais taxas, entraram 32 milhões de euros – cerca de R$ 140 milhões. Já Felipe Vizeu rendeu em torno de R$ 13 milhões. Os números são imponentes, mas o resultado final ficou quase que somente no aspecto financeiro.

Os três se despedem com o máximo de 21 anos. Vinicius Júnior ainda ficou no Flamengo até completar 18, mas foi vendido com apenas 16. O trio foi o retrato fiel de um futebol brasileiro incapaz de segurar os seus melhores valores por um tempo razoável. Basta dizer que Lucas Paquetá se transformou em titular há pouco mais de um ano.

Nenhum deles passou próximo de se tornar um ídolo rubro-negro. Deram retorno técnico em algumas partidas e foram importantes, mas sofreram com um time que sucumbiu em jogos fundamentais. Não conquistaram títulos e foram cobrados como “gente grande”. Recentemente, Paquetá foi vaiado por um Maracanã lotado na derrota para o Ceará. Ficou a sensação de que a base deu frutos, mas para a história do clube sobraram apenas as altas cifras.

Com o dinheiro recebido, o Flamengo também não conseguiu repor com ídolos imediatos. Vitinho substituiu Vinicius Júnior e fez a melhor partida apenas recentemente. Maior contratação da história do clube, ele ainda está longe de cair nas graças da torcida. Na função de centroavante, Dourado e Uribe também estão distantes do prestígio no Rubro-negro.

Faltam jogadores com identificação. Os que possuem alguma – pelas raízes rubro-negras – deixam o clube de forma precoce. Enquanto os que se identificam rapidamente, caso do meia Diego, perdem espaço no coração do torcedor por conta da falta de títulos e da queda acentuada de rendimento. Financeiramente, só sorrisos. Na galeria de troféus, interrogações. Quem será o próximo?

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