CRIANÇAS GANHAM ESPAÇO NA AGENDA DO FRANCISCA MENDES

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A reestruturação do Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM)  para reforçar o atendimento de crianças cardiopatas está praticamente concluída. Entre as medidas estão a adequação de uma sala exclusiva para cirurgias  cardíacas em crianças, ampliação de  leitos de UTI pediátrica  neonatal e a implantação de protocolo para transferência de pacientes cardiopatas da rede de saúde.  Uma das novidades no atendimento é o exame de ecocardiograma fetal que pela primeira vez será ofertado na rede pública de saúde.

 

O hospital pretende aumentar o número de leitos pediátricos e dobrar as cirurgias cardíacas atendendo ao Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita do Ministério da Saúde (MS).  As cardiopatias congênitas são a terceira maior causa de morte para bebês até trinta dias de vida, segundo dados do MS.

O Governo do Estado investiu R$ 2 milhões através do Fundo de Promoção Social (FPS) na compra   de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs) para reforço de cirurgias.  O governo ainda investiu na manutenção da máquina de hemodinâmica que voltou a funcionar e na compra de outra máquina que já está  sendo instalada para procedimentos cirúrgicos  cardíacos não invasivos e neurológicos.

A nova máquina começa a funcionar no início de agosto. A Siemens, Artis Zee Ceiling,  tem tecnologia de ponta para exames de alta complexidade cardíacas feitas em 15 minutos. O equipamento apresenta imagens de alta resolução em três dimensões (altura, largura e profundidade) e rotação até 360 graus.

 

Atualmente, o HUFM realiza, em média, 12 cirurgias cardíacas e 10 cateterismos pediátricos por mês. Esta semana, cinco crianças com problemas cardíacos  foram agendadas para procedimento cirúrgico cardíaco no período de 20 a 24 de julho, no Francisca Mendes. A mais nova, com 3 meses, 55 centímetros e pesando 3,25 quilos, vai ter correção  de interrupção do arco aórtico.  Procedimentos de cateterismo cardíaco, através da máquina de hemodinâmica  também estão agendados.

 

“A cardiopatia congênita em crianças é um problema nacional, o número é expressivo. O Amazonas precisa de uma logística diferenciada no atendimento à saúde pela dimensão territorial e deslocamento de pacientes para a capital”, destaca o diretor do hospital, Pedro Elias de Souza. Segundo ele, o HUFM está fazendo readequações, comprando materiais especiais, investindo em máquinas de ponta para atender  com qualidade e maior rapidez  crianças e adultos.

 

Hoje, o ecocardiograma fetal é oferecido somente na rede privada. “O objetivo é realizar o diagnóstico precocemente, ainda no período da gestação. Assim, teremos como referenciar esta gestante para que o bebê já possa ser operado nos primeiros dias de vida. Com esse planejamento, conseguiremos diminuir o risco de vida e aumentar a capacidade e resultado cirúrgico”, explica o médico Ronaldo Camargo, coordenador clínico do Serviço de Cardiologia Pediátrica do HUFM.

 

Cerca de 700 crianças, 1% dos nascidos vivos, no Estado, apresentam cardiopatia congênita. Destes, 40% precisam ser operados até 1 ano de vida para evitar o óbito. O procedimento mais frequente, a Comunicação Interventricular (CIV), ocorre quando existe um orifício entre as duas câmaras do  coração, os ventrículos esquerdo e direito, causando um hiperfluxo de sangue para os pulmões.

 

Centro de Referência Cardíaca na região norte

 

O HUFM é credenciado como Unidade de Assistência em alta Complexidade Cardiovascular e reconhecido como Centro de Referência, na região norte, em cardiologia e cirurgia cardíaca, atendendo, além do Amazonas, outros estados da região norte. Este ano, 155 cirurgias foram realizadas na unidade. Por mês, são realizadas, em média, 750 consultas e 360 ecocardiogramas.

O procedimento de ablação, tratamento de arritmias, com colocação de cateteres  através das imagens da hemodinâmica  vai ser  mais preciso e ágil assim como as cirurgias cardíacas, explica a gestora do Serviço de Hemodinâmica,  Francisca Garcia.

 

O total de procedimentos realizados em Cardiologia  Intervencionista, Arritmologia, Vascular e Cirurgia Cardíaca totalizou 2.904, no ano passado. Com  a reestruturação de serviços, aquisição de equipamentos e materiais especiais este número será dobrado, segundo a direção do HUFM.

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