Quando a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, postou nos “stories” do Instagram ter recebido convite para um evento organizado pela produtora de conteúdo de extrema direita Brasil Paralelo, ela certamente não esperava a repercussão que se seguiu.
O anúncio motivou uma série de críticas e clientes estão fazendo campanha nas redes pelo cancelamento das contas.
Na postagem, feita na noite da última segunda-feira (17), Cristina apresenta o convite para o “We Who Wrestle With God”, com palestra do psicólogo Jordan Peterson — ele é uma das vozes da extrema direita canadense e publicou o livro “Mapas do significado: A arquitetura da crença”. O evento ocorreu nesta terça-feira (18) em São Paulo.
Não satisfeita em mostrar que estaria presente no evento com Peterson, que também é conhecido por livros com posições extremistas, Cristina agradece o convite e marca os perfis do próprio psicólogo, da produtora Brasil Paralelo e do Fronteiras do Pensamento, organizadora da palestra.
Entre vários vídeos de conteúdo negacionista e contendo inverdades históricas, a Brasil Paralelo produziu um documentário com informações distorcidas, contando a “versão” do agressor que deixou Maria da Penha paraplégica.
Depois da divulgação do vídeo, Maria da Penha, que dá o nome à lei contra a violência doméstica, foi obrigada a pedir proteção do governo por conta de ameaças de morte.
Cofundadora vira alvo de críticas
Após a publicação, no entanto, diversas reações negativas de clientes do Nubank foram parar na rede social X. E as críticas foram contundentes.
“Olha, se você tá no @nubank pensa se deve realmente usufruir deste serviço… CEO da Nubank divulgando evento do Brasil Paralelo é bizarro e nojento”, postou uma cliente.
“Pronto: decidi fechar minha conta no Nubank. Que morram abraçados no Brasil Paralelo. Tem algum desses bancos virtuais que não seja uma filial de Chernobyl?”, escreveu outro cliente.
Procurado pelo ICL Notícias, o Nubank não se manifestou sobre o assunto. O espaço segue aberto para a instituição. À Folha de S. Paulo, Cristina Junqueira afirmou e o banco não possui parceria ou qualquer vínculo com o Brasil Paralelo.
Hoje executivo da Brasil Paralelo, Konrad Scorciapino, fez carreira no Nubank como engenheiro de software. Foi ele o responsável pelo desenvolvimento do aplicativo do banco.
Segundo a Agência Pública, seu nome está associado ao 55Chan, fórum conhecido por disseminar discursos de ódio e antissemitismo.