Zé Ricardo denuncia invasão de garimpeiros na Terra Indígena Vale do Javari

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Manaus, 26 de abril de 2022.

A Comunicação foi feita ao MPF, Funai, Polícia Federal e Ministério da Justiça
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Regional Norte I, e a Equipe de Apoio aos Povos Indígenas Livres (Eapil/Cimi) expõem que está acontecendo invasão de garimpeiros na Aldeia Jarinal, localizada no alto Rio Jutaí, na Terra Indígena Vale do Javari, Oeste do Estado do Amazonas. A denúncia foi repassada ao deputado federal Zé Ricardo (PT/AM), que já encaminhou ofício à Polícia Federal, à Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério da Justiça, além de representação no Ministério Público Federal (MPF), solicitando adoção de medidas urgentes para inibir essa invasão e até as denúncias de abusos sexual contra mulheres indígenas.
De acordo com as entidades denunciantes, as lideranças Kanamari e Dyohom-Dyapa, povos que integram a Aldeia Jarinal, garimpeiros chegam à aldeia promovendo festas e distribuindo bebidas alcoólicas, embriagando os parentes e cometendo crimes sexuais contra as mulheres, incluindo, menores de idade. Mas essas lideranças entendem que a intenção dos garimpeiros é aliciar os povos para viabilizar a exploração de ouro na região.
“Pelos relatos, a situação requer atenção urgente, com medidas para inibir as ações desses supostos garimpeiros, que, pelas denúncias, são acostumados a invadir essa região. Além disso, nessa localidade, existem povos indígenas isolados que correm sérios riscos de serem massacrados, necessitando de atenção especial por parte do Poder Público, sobretudo, da Funai. Por isso, além das cobranças aos órgãos competentes, estamos representando no Ministério Público, para que apure todas essas denúncias e encaminhe à justiça”, declarou Zé Ricardo, que é vice-coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.
Em posicionamento de algumas lideranças dessa região, denunciam ainda que a Fundação Nacional do Índio estaria sendo omissa em se manifestar sobre essas violências. Assim confirmou Paulo Marubo, presidente da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja): “a Funai está cada vez mais fragilizada. Quando acontece algum fato como este, é difícil se manifestar. O Estado não faz nada, com exceção de alguns parceiros dentro da Fundação… a Funai não está fazendo o seu papel”.
Outra liderança indígena que demonstra preocupação com os acontecimentos é Feliciana Kanamari, vice-presidente da Associação Kanamari do Vale do Javari (Akavaja): “a situação está tensa. A gente está correndo para ajudar nosso povo. Não tem ninguém para proteger os parentes isolados”. Para o deputado, algo precisa ser feito com urgência, em defesa dos povos indígenas do Vales do Javari.
Jane Coelho Azevedo
(92) 98821-2885
janecazevedo.jca@gmail.com

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