Por Guilherme Seto e Victoria Azevedo
(Folhapress) – Em reunião fechada com assessores do governo Lula (PT) nesta sexta-feira (14), o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) apresentou um novo slogan, cobrou organização e unificação da comunicação e disse que não pensa na eleição de 2026, pois precisa ganhar 2025 para o presidente.
Ele ainda anunciou a realização de um evento com a presença de Lula e de ministros no dia 2 de abril para apresentar um balanço das entregas dos dois anos de gestão.
Segundo ele, o encontro, que acontecerá no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, terá “o Brasil dando a volta por cima” como mote. Ele não substituirá o atual slogan do governo, “União e reconstrução”, que, contudo, tem sua reformulação estudada pela Secom.
O evento é um dos passos do governo para tentar jogar luz sobre o que seus representantes veem como pontos fortes e realizações da gestão e também reverter a queda de popularidade do presidente.
Nesse sentido, Sidônio disse em sua apresentação que não está pensando na disputa pela reeleição em 2026 e que precisa ter sucesso em mostrar as conquistas do governo em 2025, segundo relatos obtidos pela reportagem.
Sidônio tentou estabelecer diretrizes para organizar, padronizar e unificar a comunicação do governo em sua fala. Ele pediu que todos no governo memorizem marcas e programas da administração e os repitam continuamente em público.
Ele citou a queda na taxa de desemprego, a redução no número de pessoas que passam fome, a ampliação do Mais Médicos e do Farmácia Popular, a criação do programa Pé-de-Meia e o Plano Safra como exemplos que precisam estar “na ponta da língua” de todos os participantes da gestão.
Em fevereiro, sob orientação de Sidônio, Lula fez um pronunciamento em rede nacional sobre o Pé-de-Meia e o Farmácia Popular sem qualquer novidade, apenas explicando os programas e apresentando seus benefícios.
Em sua apresentação nesta sexta, Sidônio defendeu que é o momento de consolidar marcas, não de “comida a quilo” -ou seja, uma mistura de diversos tipos de alimento que depois se confundem na memória.
Ele disse que a comunicação do governo precisa ser mais centrada em serviços do que em propagandas e deve acontecer de maneira segmentada, citando como exemplo os MEIs (Microempreendedores Individuais), com os quais é possível falar de crédito, Pronampe, Simples Nacional, entre outros temas.
Sidônio disse se irritar com pastas que não incluem comunicação
Sidônio também apresentou protocolos que explicam passo a passo para os profissionais de comunicação como devem ser o anúncio, a execução e as entregas das obras, com detalhes como “análise de impacto”, “vistoriar obras”, “divulgar as ações regionalmente”, “contar histórias reais”, “potencializar as redes”, entre outros.
Ele anunciou que o governo pretende utilizar um novo modelo de placas de execução de obras. O leiaute apresentado nesta sexta dá muito mais destaque para as marcas do governo e contém a mensagem “Aqui tem trabalho do Governo Federal”. O espaço com informações sobre a obra se torna muito menor comparativamente.
Na cobrança pela unificação da mensagem, Sidônio disse se irritar com pastas que não incluem a comunicação no processo e que ele conversará com os ministros para que isso mude.
Ele também pediu cuidado com o que chamou de “república do off”, ou seja, a comunicação com jornalistas sem identificação da fonte, pois, segundo ele, essas conversas têm prejudicado o governo por meio da divulgação de informações incompletas e que atrapalham a transmissão da mensagem da maneira pretendida pela atual gestão.
Sidônio também afirmou que é possível fazer uso de memes nas redes sociais, pois os brasileiros gostam do formato, mas que as páginas dos ministérios não podem virar apenas isso. Dessa forma, os memes podem ser explorados, mas com cautela.
Fonte: ICL Notícias
