Ressonância magnética e classificação de risco auxiliam no diagnóstico precoce do câncer de próstata

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Às vésperas do início da campanha ‘Novembro Azul’, dedicada à saúde do homem, as dúvidas sobre a detecção e o tratamento do câncer de próstata começam a vir à tona. Com a ajuda da ciência, o processo de detecção tem ganhado novos capítulos, os quais incluem, por exemplo, o apoio através de exames de imagem, principalmente, da ressonância magnética multiparamétrica (RMmp). O câncer de próstata é o segundo tipo da doença com maior incidência entre os homens no Brasil, com média de 65 mil casos ao ano. No Amazonas, figura no topo da lista das neoplasias malignas em homens, com estimativa de 480 diagnósticos/ano, apontam dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS).

O cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, destaca que, associando a Ressonância Magnética à classificação PI-RADS – sigla em inglês que define, através do alto padrão de imagens, o risco das lesões na próstata serem malignas ou benignas -, criou-se um novo protocolo de rastreio menos invasivo e que assegura que tumores com menos de 1 centímetro, sejam localizados com maior precisão, o que não aconteceria, por exemplo, em uma avaliação clínica normal. Assim, possibilita-se que a doença seja diagnosticada precocemente.

A indicação de ressonância magnética para a detecção do câncer de próstata ocorre após alterações prévias em outros exames, como o de PSA (Antígeno Prostático Específico), feito a partir da coleta de sangue. “Com o resultado da ressonância, é possível, posteriormente, realizar uma biópsia guiada através de ultrassonografia (ultrassom com doppler), direcionando a sonda que é introduzida, até o local a ser acessado para a retirada de fragmentos durante a biópsia. Esse processo garante mais precisão na retirada dos fragmentos afetados pelas células cancerosas, o que afasta a ideia do que chamamos de ‘falso negativo”, frisou o médico, que é doutor em saúde coletiva e tem quase 20 anos de experiência em oncologia.

O falso negativo ocorre quando há a retirada de fragmentos de um local distante da lesão afetada pelo câncer, levando a um resultado errado após a análise patológica.

Giuseppe Figliuolo explica que a classificação PI-RADS (Prostate Imaging Reporting and DataSystem) considera cinco padrões de risco: 1 (risco muito baixo), 2 (risco baixo), 3 (risco intermediário), 4 (risco alto) e 5 (risco muito alto). A indicação do risco costuma aparecer no laudo da ressonância.

“O exame de PSA e o de toque retal, recomendados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), para homens com 50 anos ou mais, anualmente, dão início ao processo de rastreio do câncer de próstata, e podem indicar a necessidade de uma ressonância magnética antes da biópsia”, destacou o especialista.

 

Importância da biópsia na detecção do câncer

 De acordo com ele, a ressonância pode descartar ou reforçar a necessidade de uma biópsia, abordagem mais invasiva e secundária no processo de detecção. O médico lembra que o diagnóstico do câncer e a indicação do tipo de neoplasia maligna, só ocorrem, realmente, após o resultado da biópsia. “A biópsia prostática transretal para a análise das células a partir de microscópio, é altamente importante para apontar as patologias de próstata, sendo o único exame que permite o diagnóstico definitivo do carcinoma da próstata e de outros tipos de câncer nessa região”, concluiu.

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