Na BBC News, Justin Rowlatt elenca cinco razões para ficarmos atentos à evolução das discussões e das negociações internacionais sobre mudança do clima em 2021. Primeira, e mais óbvia, é a Conferência do Clima de Glasgow (COP26), adiada em um ano por conta da pandemia. O encontro será fundamental para que o mundo tenha mais clareza sobre a capacidade e as possibilidades do Acordo de Paris realmente contribuir para reduzir as emissões de carbono nas próximas décadas e, assim, conter o aquecimento da Terra. Segunda: a expectativa em torno de novos compromissos nacionais para redução de emissões de carbono, o que joga holofotes sobre os EUA, agora sob o governo de Joe Biden. Terceira: a continuidade da redução dos custos das fontes renováveis de energia, algo que vem sendo observado de maneira sustentável nos últimos anos e que promete torná-las ainda mais competitivas em relação às fontes fósseis no futuro. Quarta: o rescaldo da pandemia, em particular os efeitos da vacinação e dos planos de retomada econômica dos países. Por fim, a preocupação crescente de investidores, instituições financeiras e da iniciativa privada com sustentabilidade – em especial, se e de que maneira isso vai se desdobrar em ações práticas para impulsionar a descarbonização da economia global.
Para ler:
A Nova Guerra Climática
Michael Mann é um dos mais prestigiados cientistas climáticos do mundo, com décadas de estudos e produção técnica. Por isso, independente de qualquer coisa, é sempre interessante conferir suas análises e entrevistas, como a feita na semana passada para a revista Rolling Stone. Nessa conversa, ele fala sobre seu livro mais recente, “The New Climate War: The Fight to Take Back Our Planet”, que expõe as últimas táticas da indústria fóssil para atrasar o enfrentamento da crise climática. “Em primeiro lugar, [eles tentam] nos dividir, fazer com que os defensores do clima lutem entre si para não serem uma voz unificada em prol de mudanças”, explica Mann. “[Eles também estão] desviando a atenção das soluções sistêmicas ou políticas necessárias para [enfocar, em vez disso] o comportamento individual”. Outra tática citada por Mann é a “promoção do desespero”, que procura diminuir o ímpeto para ação ao convencer as pessoas de que a situação já está perdida.
Para ver:
Climate Emergency: Feedback Loops
Narrada pelo ator norte-americano Richard Gere, essa série de cinco curta-metragens analisa como a intensificação dos ciclos de aquecimento do planeta estão deixando cientistas alarmados – e de que maneira isso impõe ainda mais claramente a necessidade de ações imediatas para se conter a crise climática. A série foi lançada na semana passada, com uma conversa virtual entre a ativista Greta Thunberg e o Dalai Lama, que também vale a pena conferir.