Na segunda-feira (6), membros do corpo docente e estudantil da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) se reuniram para debater a possível adesão à greve nacional de universidades e institutos federais. A decisão final sobre a paralisação será tomada na assembleia geral marcada para quinta-feira (9).
Durante uma consulta preliminar realizada na reunião, os resultados mostraram uma preferência contra a greve, com 40 votos contrários, 14 a favor e duas abstenções, participação restrita aos professores. Cleverton José, professor da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, argumentou que este não é o momento para greve, destacando que tal ação poderia agravar problemas já existentes nos cursos, como vagas não preenchidas e alta taxa de abandono.
Ele também mencionou que a paralisação afetaria negativamente os prazos de projetos de ensino e extensão financiados por entidades que não adeririam à greve. “Embora seja crucial atender às nossas necessidades acadêmicas e infraestruturais, devemos considerar todas as alternativas antes de iniciar uma greve”, explicou Cleverton.
A greve é motivada por demandas por mais investimentos em infraestrutura, segurança nos campi, e um plano de carreira mais justo com ajustes salariais para os educadores. A última proposta do governo, apresentada em 19 de abril, foi rejeitada pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua) por considerá-la insatisfatória, principalmente porque não prevê reajustes salariais significativos para 2024.
Ana Lúcia Gomes, vice-presidente da Andes na região Norte, comentou que a greve visa a uma recomposição salarial e não simplesmente um aumento, devido às perdas orçamentárias acumuladas ao longo dos anos. Ela também descreveu a situação precária das instalações físicas da universidade, como salas de aula com mofo, goteiras e falta de ar-condicionado.
Ana Lúcia destacou que, dependendo do resultado da votação, a Ufam poderá juntar-se ao movimento grevista nacional, que já conta com a participação de 47 instituições federais. “Se a maioria decidir pela greve, participaremos ativamente do comando nacional de mobilização para evidenciar os motivos da greve. Se decidirem continuar com as atividades normais, ainda assim apoiaremos nossos colegas em greve de outras formas”, concluiu.