Primeira reunião Itinerante da CPI da Amazonas Energia acontece no Jorge Teixeira

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Na tarde da quinta-feira (9), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia realizou a primeira reunião Itinerante com intuito de colher depoimentos com denúncias sobre os abusos da concessionária de energia elétrica no Estado. A CPI se deslocou da sede da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para a Escola Municipal Helena Walcott, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus, onde realizou a 18ª reunião.

O presidente da CPI, deputado Sinésio Campos (PT), falou sobre a importância da CPI chegar até a população. “Acabei de chegar do Alto Solimões e verifiquei que lá também existem problemas no fornecimento de energia. Isso acontece em todo Estado. Então faremos uma reunião da CPI lá em Tabatinga (distante 1.108 km de Manaus em linha reta) também. Hoje é a primeira que fazemos nos bairros para coletar informações e denúncias junto à população. Essa CPI não é dos deputados, é da sociedade”, declarou.

Durante a reunião os membros da CPI aprovaram o requerimento da ida da CPI ao município de Tabatinga, em data a definir, e também distribuíram uma cartilha intitulada Educação Cidadã, que traz informações sobre a legislação existente e os canais de denúncia que a população pode utilizar para se defender de abusos da empresa concessionária.

Para o deputado Dermilson Chagas (sem partido) as reuniões itinerantes aproximam o Parlamento Legislativo da sociedade. “O que ouviremos aqui são queixas das mais diversas que serão inclusas no relatório final da CPI para ver se conseguimos melhorar o atendimento ao público. Estamos vendo cortes de energia sem aviso prévio e também um aumento irreal da taxa de energia. O objetivo aqui é ouvir e melhorar essa relação para que a prestação de serviços melhore para a sociedade”, destacou.

Entre os relatos feitos pelas pessoas residentes no Jorge Teixeira e bairros vizinhos, foram registradas muitas histórias de abusos ou descaso com a população ao lidar com a empresa.

Maria Alcinda Gonçalves falou sobre o aumento de sua conta de luz e da dificuldade de sair da inadimplência. “Eu pagava R$ 600 de conta de luz, aí chegaram faturas de R$ 3500 e não tenho condições de pagar esse valor. Por não pagar, o valor eles cortaram a energia da minha casa. Desde então, fiquei sem energia. Mesmo sem ter energia,
continuaram mandando faturas de R$ 400 por mês e agora estou endividada”, contou indignada.

Em alguns dos relatos, os deputados identificaram que os depoentes não conhecem o seu direito ao cadastro na tarifa social, como no relato de Maria Raimunda: “Moro com a minha irmã. Pago de energia por mês cerca de R$ 539 com o meu benefício. Eu não tenho Bolsa Família e nem Auxílio Emergencial, ganho R$ 890 reais por mês e não
ganho tarifa social. Fui à Amazonas Energia e a atendente teve a coragem de me dizer que o dinheiro que recebo do meu benefício deve ser usado para pagar a conta. Perguntei para ela como vou pagar comida para comer”, afirmou.

Outro morador do Jorge Teixeira, Antônio Araújo, falou sobre as cobranças abusivas da empresa. “Eu sou aposentado e doente. Eu e minha esposa fomos para o interior quando a pandemia começou. Voltamos em agosto e eles cobraram R$ 4500. Fiz um empréstimo consignado e paguei. Quando passou um mês mandaram uma multa de
R$ 10.500 para minha esposa, que é empregada doméstica, que ganha R$ 1500 por mês. Não temos como pagar tudo isso e essa foi a oportunidade de vir aqui fazer essa denúncia. Confio nos senhores que resolveremos isso. Muito obrigado”, disse.

A próxima reunião da CPI da Amazonas Energia será de planejamento, por conta do recesso parlamentar, na terça-feira (14), às 14h, na sede da Aleam.

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