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Por Tempo Real RJ
Lucas Chagas, de 4 anos, é autista. Ele está matriculado numa escola da rede municipal do Rio que conta com apenas dois mediadores para os 24 alunos incluídos — todos com laudo médico atestando a necessidade da presença dos facilitadores. O resultado é que a mãe de Lucas, Christiane Chagas, é obrigada a voltar à escola sempre que o menino precisa de auxílio — e fica impedida de trabalhar.
“Infelizmente, casos como o do pequeno Lucas e de sua mãe são comuns na rede municipal de ensino”, diz o vereador Paulo Messina (PL), pai de dois autistas.
Protesto por mais mediadores
Uma manifestação de mães atípicas está marcada para a próxima terça-feira (29), às 10h, diante da sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova.
“Educação inclusiva não é caridade. É lei, é dever, é direito. Chega de enrolação, de ‘falta de verba’, de desculpas esfarrapadas. Queremos mais mediadores, mais estrutura”, diz a presidente da associação Nenhum Direito a Menos, Fabiane Simões, que está organizando o protesto.

Um dos cartazes de convocação da manifestação de terça-feira. (Reprodução/ Redes sociais)
A causa dessa carência de profissionais para atender alunos com deficiência é a falta de concurso público”, lamenta Messina, que reclama da falta de informações e números sobre inclusão na rede. “A prefeitura divulgou que havia 20 mil crianças especiais matriculadas, mas depois retirou essa informação do site”.
Para piorar, ainda que o número seja esse, ele não corresponde à verdadeira demanda.
“Muitas mães deixam de matricular seus filhos justamente pela falta dos mediadores. Algumas são desaconselhadas até pelos diretores das escolas”, explica o vereador especialista, que destaca o fato de que a Secretaria de Educação vir trabalhando com estagiários e mediadores temporários, o que não pode ser considerado uma solução para o problema.
Ratinho fará campanha por inclusão em seu programa na TV
Avô de um menino de 7 anos que tem hidrocefalia, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, fará campanha pela importância do mediador e da inclusão de crianças com deficiência no seu programa no SBT.
“Já pedi autorização e vou divulgar no meu programa este projeto”, disse. “O meu neto é o amor da minha vida. O maior poder é a comunicação. Eu falo todos os dias para 12 milhões de pessoas, que devem prestar atenção nisto. Divulgar esta causa é o meu papel como avô”.
Ratinho participou, na manhã de quinta-feira (24), do evento de abertura do Educautismo RJ, programa lançado pelo governador interino do Rio e presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), no auditório da Fundação Getúlio Vargas. O programa, da Secretaria estadual de Educação, pretende capacitar 18 mil professores e profissionais da educação para a inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com deficiência nas escolas.
“Tudo começa pelos professores e este projeto capacita nossos mestres para cuidar, com técnica e acolhimento, dos nossos estudantes com transtorno do espectro autista”, disse Bacellar.
Messina elogiou a iniciativa.
“Não vou falar como vereador, nem como professor ou especialista em educação especial. Mas como pai. Vou falar com os professores e principalmente com os normalistas, porque vão cuidar da primeira infância, que é a fase mais importante para identificar os sinais de autismo. Dois, três anos já pode ser tarde demais. É fundamental buscar sinais precoces para começar a intervenção terapêutica ”, disse.
Fonte: ICL Notícias