Por Catarina Duarte – Ponte Jornalismo
A Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) reprimiu com violência um ato contra a privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) nesta quinta-feira (27/3), por volta das 13 horas. Um grupo de manifestantes estava em frente à Secretaria de Transportes Metropolitanos, no centro da cidade, quando os agentes atiraram bombas de gás e dispararam balas de borracha. À Ponte, pessoas que estavam no protesto relataram que houve agressão aos presentes com cassetetes.
Vídeos enviados à Ponte mostram manifestantes correndo em meio a uma névoa que seria o gás atirado pelos PMs. Em outro vídeo, um homem aparece com a cabeça ensanguentada. Segundo testemunhas, ao menos quatro pessoas foram levadas ao hospital devido à gravidade dos ferimentos.
Três pessoas que estavam no ato foram detidas e levadas ao 8º DP (Belenzinho). A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que não explicou o motivo das detenções [leia a íntegra da nota abaixo].
O ato se opunha ao leilão do chamado lote Alto Tietê, marcado para sexta-feira (28/3), na B3. Serão leiloadas três linhas da CPTM: Coral, Safira e Jade. A proposta é que a concessão à iniciativa privada ocorra por 25 anos.

Segundo testemunhas, ao menos quatro pessoas foram levadas ao hospital após ação da PM | Foto: Diogo Romão (JAV/SP)
O que diz a SSP-SP
A Ponte procurou a SSP-SP questionando a ação da Polícia Militar e quais procedimentos serão adotados para apurar os excessos. Em nota, a pasta disse que a PM interveio após uma tentativa de invasão ao prédio da secretaria.
A SSP-SP também disse que analisa as imagens e que, caso sejam verificadas irregularidades, “as dúvidas providências serão tomadas”.
Leia a íntegra da nota da SSP
“A Polícia Militar acompanhou no início da tarde desta quinta-feira (27) uma manifestação na região central da Capital. Por volta das 13h, houve uma tentativa de invasão de um prédio público e bloqueio da Rua Boa Vista. A polícia interveio e três pessoas foram detidas.
O grupo seguiu pela Rua Florêncio de Abreu em direção à Praça da República. A Rua Boa Vista foi liberada. A Polícia Militar analisa as imagens da manifestação e, caso sejam constatadas irregularidades, as devidas providências serão adotadas. A instituição reforça que não compactua com desvios de conduta e todos os excessos são punidos com rigor”.
Fonte: ICL Notícias