“O poder judiciário avança na participação feminina em um lugar de poder, assumindo a direção de um órgão de tamanha relevância no estado, que é o Tribunal Regional Eleitoral”, diz a presidente do TRE-AM, desembargadora Carla Reis, que assumiu o cargo no último dia 10, para cumprir o biênio 2025-2027.
Ao lado da vice-presidente e corregedora, desembargadora Nélia Caminha, a atual presidente irá comandar o TRE-AM, composto por mais de 500 servidores, lotados na capital e no interior do estado. O espaço conquistado pelas magistradas à frente do tribunal é um feito inédito no estado, e infrequente no cenário nacional.
“É um marco de duas mulheres simultaneamente, pela primeira vez, estarem presidindo o Tribunal Regional Eleitoral”, avalia a presidente, que se diz profundamente grata ao plenário do Tribunal de Justiça do Amazonas. “O tribunal é o reflexo da sociedade onde se percebe a participação das mulheres na disputa de cargos eletivos, se sobressaindo nos diversos segmentos de atuação”, ressalta.
Desafios da gestão
Entre os desafios da nova corte está o pleito de 2026, quando serão escolhidos o presidente da República, governadores dos estados, senadores, deputados federais, deputados e estaduais. Entretanto, na avaliação da presidente, a experiência adquirida ao longo da carreira, ocupando cargos no judiciário estadual e na corte eleitoral, garantem a legítima segurança na condução das próximas eleições.
A mesma convicção acompanha a corregedora Nélia Caminha, que vem de uma jornada de dois anos na presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas. “Para mim, é muito tranquilo retornar a esta casa ao Tribunal Eleitoral. Porque, como corregedora, eu vou fazer o que gosto, que é julgar os processos. A desembargadora Carla vai administrar o tribunal, que é outra visão. Sabemos que em 2026 vamos implementar uma eleição geral e estamos preparados para isso”, assegura a corregedora.
Como ponto de atenção, a presidente do TRE-AM citou a decisão da Meta, empresa que opera as redes sociais, no que diz respeito às mudanças das políticas de verificação de fatos nas plataformas digitais. “Reconhecemos a importância de notícias responsáveis, embasadas em pesquisas. Não podemos acobertar notícias inverídicas, acachapantes, a ponto de ferir a dignidade seja de qualquer pessoa”, avalia.
“A liberdade de imprensa é óbvia, porque no Estado Democrático de Direito, a imprensa é livre, mas com responsabilidade, assim como nós também devemos ter porque falamos especialmente com o público. Vamos aguardar as próximas regras que de certo serão adotadas pelos órgãos responsáveis”, pontua a desembargadora, ressaltando o zelo e transparência que fazem parte da conduta da justiça eleitoral do Amazonas.
Fotos: Júnior Souza (TRE-AM)