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Não sou investigado ou obrigado a falar do salário

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Igor Mello

O ICL Notícias procurou o pastor Silas Malafaia para falar sobre o dinheiro que recebe da igreja, a construção de seu patrimônio e as investigações nas quais esteve envolvido. Em resposta aos questionamentos, contidos em “Império Malafaia”, a primeira temporada do “No Alvo”, o podcast investigativo do ICL, ele negou que seja investigado pelas autoridades e disse que não tem obrigação de revelar os valores recebidos como salário de sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Malafaia tratou das acusações feitas contra ele pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Timóteo, que investigou o desvio de verbas da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). Malafaia foi alvo de uma condução coercitiva em dezembro de 2016 e acabou indiciado por lavagem de dinheiro.

O pastor afirmou que não é investigado por lavagem de dinheiro, nem pela Receita Federal nem pela Polícia Federal. Segundo ele, a única citação ao seu nome refere-se a uma doação legal e declarada de um cheque de R$ 100 mil em 2013. Ele argumentou que foi injustamente exposto como protagonista da operação onde, segundo ele, outros envolvidos desviaram mais de R$ 70 milhões, mas não receberam a mesma atenção da mídia.

O pastor também questionou os achados da Receita Federal durante uma investigação sobre a Associação Vitória em Cristo (Avec), braço beneficente da igreja dele. A Receita encontrou uma série de irregularidades nas contas da entidade no ano de 2010. A principal irregularidade foi a falta de comprovação da origem dos recursos milionários que a associação movimenta. A Avec acabou sendo autuada em quase R$ 25,5 milhões.

O pastor afirmou que a maioria das doações à sua associação religiosa foi feita por meio de boletos bancários com CPF ou CNPJ e que a suspeita de que mais de 60% das doações em 2010 ultrapassaram R$ 100 mil é falsa e caluniosa. O que existe, garantiu, são apenas “narrativas mentirosas da esquerda” que tentam ligá-lo a crimes como lavagem de dinheiro.

O líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) alegou que a suspensão da imunidade tributária da Avec foi consequência de uma suposta perseguição política do governo Dilma. Sobre o fato de não ter informado à Receita Federal sobre a origem das doações recebidas por sua entidade, declarou que mais de 100 mil pessoas já contribuíram com “seu ministério” e defendeu que não é obrigado a saber quem são esses doadores. Ele afirma que declarou à imprensa e à Receita Federal os valores que recebeu em seu nome pessoal: “Quem recebe propina e declara no Imposto de Renda?”, questionou. Malafaia garantiu que as doações à sua associação são legais e registradas. E que está pronto para se defender na Justiça.

O pastor voltou a sustentar que utiliza o jatinho registrado em nome da Avec apenas para atividades religiosas. Rebateu também críticas sobre objetos de luxo e uso de dinheiro público, alegando que vive de seu salário, e que sua renda é lícita e transparente. Por fim, desafiou autoridades e imprensa a provarem quaisquer irregularidades em suas contas, afirmando que tudo está declarado e dentro da lei. Por fim, atribui os ataques à sua visibilidade como pastor influente e crítico do governo Lula, afirmando que está sendo usado como “cortina de fumaça” para desviar o foco de escândalos de corrupção envolvendo figuras do PT.

O ICL Notícias enviou a ele uma série de questionamentos e Malafaia respondeu por meio de 19 áudios que estão na íntegra a seguir:

Áudio Silas Malafaia 1: “De onde vocês tiraram isso?” – Ouça 

“Eu vou te responder. Agora eu já tô eu tô dando gargalhada aqui que eu vou deitar e rolar. Porque é tanta safadeza de mentira e de manipulação de informação, meu amigo, que eu já tô rindo aqui. Amanhã eu te respondo, na quarta não. É amanhã. Rapaz, o que tem de mentira aqui, eu tenho que rir. Eu quero saber de onde vocês tiraram isso, cara. Quem deu essa informação?

Áudio Silas Malafaia 2: “Eu não sabia que tinha tanta relevância” – Ouça

“Eu não sabia que eu tinha tanta relevância para esquerda fazer isso aí. Eu tenho que rir, meu amigo, com todo o respeito, eu tenho que dar gargalhada, mas deixa amanhã eu te dou as respostas.”

Áudio Silas Malafaia 3: “Nenhuma entidade é responsável por alguém que deposita oferta” – Ouça

 “Eu não sou nem obrigado, não é só entidade evangélica, nenhuma entidade é responsável por alguém que deposita oferta” – afirma Malafaia sobre a falta de informações sobre doadores à Receita Federal. 

Áudio Silas Malafaia 4:  “O Willer não ajudou em nada” – Ouça

“Então tudo é falácia, é conversa fiada e o Willer não me ajudou em nada.”  

Áudio Silas Malafaia 5: “Tô aproveitando para responder” – Ouça

“Eu tô aproveitando para te responder que eu tive aqui um intervalo de lanche aqui na minha na minha reunião de liderança, que eu tô aqui. Aí tô aproveitando logo para despachar as respostas para você”.

 

Áudio Silas Malafaia 6: “Essa pergunta fico até com vergonha de responder” – Ouça

“Ô, amigo, essa é uma pergunta sua que eu fico até com vergonha, mas vou ter que responder. Por que eu não registrei o avião em meu nome? Por que eu não registrei um jeep commander em meu nome? Porque não são meus. O que é meu tá registrado em meu nome. O jeep é da igreja, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. E qual é o problema?

Áudio Silas Malafaia 7: “Eu tenho salário da igreja” – Ouça

“Ô irmão, olha, eu não sei vocês, jornalismo esquerdopata, como vocês são hipócritas, cara. Me desculpa. Ó, deixa eu falar para você. Eu tenho três relógios rolex, todos eles eu ganhei e tem a fonte de onde eu ganhei. Ok? Um, ganhei de um empresário da igreja rico. Dois, de um pastor americano rico, escritor de livros que me deu. Três, de um outro empresário com grana. Três relógios que eu ganhei. Que é a que história é essa de grife? Eu vivo conforme o salário que eu tenho, meu irmão. Se eu comprar uma camisa de grife é porque eu posso. Não é dinheiro da igreja, eu vivo de salário. Eu tenho salário da igreja”.

Áudio Silas Malafaia 8: “O avião foi feito para utilizar em questões espirituais” – Ouça

“Ô, amigo, o avião foi feito para utilizar em questões espirituais, irmão. Eu quando vou pregar. Sabe qual é a função da Avec? Quer ler a função da Avec? Promover a pregação do evangelho. Quando eu vou num culto, eu não vou para passear. Eu vou para cumprir a minha função”.

Áudio Silas Malafaia 9: “Quem usa dinheiro público é a Janja” – Ouça 

“Quem usa dinheiro público é a Janja. Quem fica em hotel de 65 mil conto de diária é o é o é o Lula. Não sou eu não, irmão. Não sou eu não. Ok?”

Áudio Silas Malafaia 10: “Que conversa é essa de renda de R$ 100 mil por mês?” – Ouça

E outra, que conversa é essa que eu disse, em 2016, da minha renda pra Polícia Federal? Renda é sigilo, irmãozão. Só quem pode quebrar sigilo é um juiz, que papo é esse? Que história é essa? De sigilo fiscal meu, você está dizendo que eu disse que eu tenho uma renda de R$ 100 mil por mês. Eu não devo satisfação de quanto eu ganho.

Áudio Silas Malafaia 11: “Desafio vocês a me contraditar” – Ouça

Eu já sei que esse veículo que você tá é de origem de esquerda, porque já me atacaram. Mas eu como não tenho medo, tô dando tudo isso para você. Todas as informações e desafio seja vocês ou quem quiser me contraditar.

Áudio Silas Malafaia 12: “Que papo é esse de minha renda milionária?” – Ouça

Que conversa é essa, rapaz, que eu declarei renda milionária, amigo? Eu tô vendo aqui, tô repassando aqui, que papo é esse que eu declarei renda milionária? Que história é que declarei renda milionária? Rapaz, tô repetindo para você, se tem uma das coisas mais seguras é o sigilo bancário. Só quem quebra isso é juiz. Que papo é esse de minha renda milionária? Que conversa é essa, rapaz? Não faz isso não, cara.

Áudio Silas Malafaia 13: “Eu não sou investigado” – Ouça

“Rapaz, as minhas considerações finais, como eu fico indignado, como vocês da esquerda constrói uma narrativa mentirosa para incriminar incriminar as pessoas. Primeiro, eu não sou investigado nem na Operação Timóteo, nem na Receita por lavagem de dinheiro. Isso foi na época jornalistas esquerdopatas que disseram que eu estava sendo investigado por lavagem de dinheiro. Prova? Desafio você e quem quiser aprovar”.

Áudio Silas Malafaia 14: “Eu sei me defender” – Ouça

O que eu fico indignado de ver, cara, vocês dizerem que mais de 60% das contribuições em 2010 foram acima de R$ 100 mil.. eu desafio vocês, Receita, Ministério Público, o inferno, o diabo quiser aprovar isso.Isso é de uma bandidagem, de uma mentira que é facilmente comprovada…Então, podem fazer, podem vir para me denegrir que eu sei me defender muito bem, mas eu só estou falando, fico admirado. Como você vocês da esquerda constroem uma narrativa mentirosa para denegrir as pessoas. E como eu sou um cara que não tenho medo, dou entrevista para vocês e sabendo a origem de vocês. Deus lhe abençoe, meu amigo. E vamos para a frente.

Áudio Silas Malafaia 15: “Não fui indiciado” – Ouça

“Repito, não fui indiciado por lavagem de dinheiro. É mentira. Não fui indiciado. O meu indiciamento é, por isso, tá lá no processo: Silas Malafaia se locupletou de R$ 100 mil, indiciado. Só a única coisa, tá? Isso é mentira. Isso é fake news de mídia vagabunda esquerdopata”.

Áudio Silas Malafaia 16: “Poucos são os depósitos em dinheiro vivo” – Ouça

Só para deixar bem claro: a grande, grande, grande, parte para contribuições para a Avec tem CPF ou CNPJ e são feitas através de boleto. Poucos são depósitos em dinheiro, que foram feitos, porque eu recebo, eu viajo, viajo para lá e para cá, aí me dão oferta para a associação e que eu entreguei para depositar ou na igreja. Não dá nem para comparar com a arrecadação que vem através de boletos.

Áudio Silas Malafaia 17: “A única coisa que eu recebi é um cheque” – Ouça

“E tem mais uma para te dizer: se lá, que eu não sei, na questão de Operação Timóteo tiver investigação de lavagem de dinheiro, não vou arrumar nada. Porque a única coisa que eu recebi é um cheque de oferta depositado na minha conta que eu apresentei ao Imposto de Renda, então vai arrumar o quê de lavagem?”

Áudio Silas Malafaia 18: “Roubaram mais de R$ 70 milhões” – Ouça

E outra, se tem investigação de lavagem de dinheiro, é porque roubaram mais de R$ 70 milhões. Mas eu não tenho indiciamento por lavagem de dinheiro. É o que eu disse aí a frase, que tá lá, se você tem o processo.

Áudio Silas Malafaia 19: “Em todo o processo tem uma linha a meu respeito” – Ouça

Exatamente o que eu te falei: fui tirar dúvida com o meu advogado. Em todo o inquérito tem uma linha, uma linha, a meu respeito do indiciamento. Como eu te falei, Silas Malafaia se locupletou isso é, recebeu vantagem de R$ 100 mil, indiciado, não tem mais nada. E a questão de lavagem é a investigação geral do processo. Certo? Devido ao movimento gigante que esses caras fizeram. De mais de R$70 milhões de reais.

 

Nota do escritório Jorge Vacite Neto Advogados.

1. O pastor Silas Malafaia jamais prospectou ou teve ciência de qualquer doação de R$ 20 mil do escritório de Jader Pazinato à AVEC em 2010. A única doação com a qual ele teve contato foi o cheque de R$ 100 mil, amplamente divulgado, declarado, devidamente contabilizado e sem qualquer irregularidade.

2. O advogado Willer Tomaz, à época, prestou apoio institucional e orientações jurídicas ao pastor Silas Malafaia em caráter informal, sem integrar a equipe de defesa no processo em questão.

Essa colaboração jamais envolveu qualquer atuação processual formal.

3. O pastor Silas Malafaia nega categoricamente ter participado de qualquer audiência privada com o juiz responsável pela Operação Timóteo, seja no escritório de Willer Tomaz ou em qualquer outro local. Tal acusação carece de veracidade.

4. O pastor nunca foi denunciado, tampouco é réu no âmbito da Operação Timóteo. As investigações não evoluíram e não há qualquer imputação formal contra ele.

Aqui vale o registro da estranheza de ter a autoridade policial se interessado em batizar a operação com o nome de um livro bíblico, mesmo tendo sido o pastor mencionado uma única vez, em apenas um pequeníssimo parágrafo, (falando-se sobre o cheque de 100 mil reais), quando, nas milhares de páginas deste inquérito, se investiga o desvio de dezenas de milhões de reais, envolvendo dezenas de pessoas e autoridades!

Em tempo: tal cheque foi declarado pelo pastor à Receita Federal em sua pessoa física, na época de seu recebimento (muito antes do surgimento da Operação Timóteo), recolhidos os impostos devidos e doado imediatamente seu valor integral às instituições beneficentes AVEC e ADVEC.

5. A AVEC cumpre rigorosamente suas obrigações legais e fiscais. Em relação à autuação da Receita Federal, cabe destacar que a entidade sempre prestou os esclarecimentos requeridos nos devidos autos. Diversas doações foram feitas por fiéis que, por sua própria opção, preferiram manter o anonimato, conforme permitido pela legislação vigente à época.

6. A AVEC não incentivava doações em dinheiro vivo. Quando ocorriam, eram devidamente registradas e lançadas na contabilidade, respeitando os critérios legais aplicáveis.

É inverídico dizer que mais de 60% das doações foram de valores acima de 100 mil reais. Em sua imensa maioria, as mais de 100 mil pessoas que colaboravam com seu ministério, faziam doações entre 30 e 100 reais cada.

7. Sobre os apontamentos envolvendo a Sra. Lívia Malafaia, todas as despesas atribuídas a ela tiveram natureza funcional e foram plenamente justificadas na documentação fiscal da instituição. Não houve qualquer tipo de enriquecimento indevido.

8. A AVEC é uma entidade sem fins lucrativos. O pastor Silas Malafaia não recebe qualquer tipo de remuneração por parte da associação, tampouco seus dirigentes.

9. A Editora Central Gospel passou por um processo de recuperação judicial transparente, com aprovação do plano por ampla maioria dos credores. A empresa segue ativa, honrando seus compromissos e operando regularmente.

10. As declarações de imposto de renda do pastor Silas Malafaia e de sua esposa são absolutamente regulares, auditadas e submetidas à Receita Federal. A composição patrimonial do casal é compatível com sua renda, e não há qualquer ocultação ou incompatibilidade patrimonial.

11. O pastor recebeu valores da ADVEC conforme previsto nas normas internas da igreja e conforme registrado nos informes de rendimentos legais. Toda remuneração pastoral é devidamente contabilizada e declarada.

12. Os bens registrados em nome da AVEC ou da ADVEC foram adquiridos pelas próprias instituições, com recursos próprios, para uso institucional. O pastor faz uso pontual desses bens no exercício de suas funções religiosas e administrativas, não havendo qualquer irregularidade ou benefício pessoal indevido.

Por fim, reiteramos que todas as atividades do pastor Silas Malafaia e das instituições que ele lidera são pautadas pela legalidade, transparência e responsabilidade institucional.

Qualquer tentativa de distorcer os fatos ou levantar insinuações infundadas será prontamente respondida nos canais competentes.



Fonte: ICL Notícias

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