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Mercado ilegal de apostas cresce no Brasil

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Está no radar da CPI das Bets um sistema clandestino paralelo ao mercado legal das apostas esportivas online. Esse sistema é impulsionado pelos chamados “cambistas das bets”, que operam apostas de casas ilegais que movimentam milhões de reais no país, inclusive permitindo o jogo ilegal a menores de idade. O tema foi abordado em reportagem da BBC News Brasil.

O tema tem preocupado autoridades pelo alcance e impacto social, especialmente entre menores de idade.

Os cambistas utilizam redes sociais como Facebook e Instagram para anunciar bônus e prêmios mais atraentes do que os permitidos pelas casas legalizadas, muitas vezes se passando por marcas oficiais.

Embora a legislação proíba apostas por menores de idade, os cambistas oferecem uma via alternativa, sem controle, operando por intermédio de sites clandestinos e aplicativos como WhatsApp e Telegram.

Um levantamento do Ministério da Justiça de São Paulo apontou que 10,5% dos adolescentes apostaram no último ano.

O governo federal pretende endurecer o controle, proibindo, por exemplo, beneficiários do Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) de participar de bets, além de desenvolver um cadastro nacional de exclusão de apostadores proibidos.

Mercado ilegal de bets movimentou R$ 350 milhões nos dois primeiros meses do ano

Desde a regulamentação do setor, em janeiro de 2025, as apostas legais movimentam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês, segundo o Banco Central.

Contudo, só nos dois primeiros meses deste ano, o mercado ilegal movimentou cerca de R$ 350 milhões, com mais de 30 milhões de acessos registrados a plataformas clandestinas.

O subsecretário de Monitoramento e Fiscalização do Ministério da Fazenda, Fábio Macorin, reconhece que a busca por rotas ilegais era previsível diante das restrições impostas às apostas legalizadas, mas alerta para os riscos de um mercado sem controle.

Especialistas afirmam que exigências regulatórias excessivas podem empurrar apostadores para a clandestinidade — como já ocorre em países como Portugal e Argentina.

Na Argentina, o problema é semelhante, com a atuação de “cajeros” — o equivalente local dos cambistas — cada vez mais comum.

Segundo pesquisa do Unicef ( Fundo das Nações Unidas para a Infância), 8 em cada 10 jovens argentinos apostaram ou conhecem alguém que já apostou, e 30% usaram intermediários. Casos extremos, como o suicídio de um jovem que acumulou US$ 140 mil em dívidas com apostas, evidenciam os riscos sociais da falta de regulação eficaz.

CPI

Na terça-feira (13), a influenciadora digital Virginia Fonseca prestou depoimento na CPI das Bets do Senado, ocasião em que ela negou ter recebido percentual em contratos de publicidade em função das perdas de seguidores em sites de apostas. Segundo ela, o seu contrato com uma empresa de apostas previa que se a empresa conseguisse dobrar o lucro, ela poderia receber 30% a mais no valor definido. Isso, porém, nunca ocorreu, de acordo com Virginia.

“Nunca recebi R$ 1 a mais do que o meu contrato de publicidade que eu fiz por 18 meses. Era um valor fixo, se eu dobrasse o lucro [da empresa contratante], eu receberia 30% a mais da empresa, mas isso não chegou a acontecer”, disse a influenciadora. Esse tipo de contrato ficou conhecido como o “cachê da desgraça”.





Fonte: ICL Notícias

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