Idosos que jogam tênis têm resposta muscular semelhante ao dos jovens

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Mais brasileiros chegaram à terceira idade: a população idosa passou de 15 milhões em 2002 para 31,23 milhões em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário, em que a busca por maior qualidade de vida é ainda mais relevante, um estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) traz uma descoberta inusitada: a prática do tênis pode ser um caminho para a juventude, especialmente para idosos.

O estudo foi conduzido por membros do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde (PPGTS) da PUCPR com o objetivo inicial de investigar se os movimentos envolvidos na prática do tênis poderiam contribuir para melhorar o equilíbrio em idosos praticantes dessa atividade.

Para Eduardo Mendonça Scheeren, professor do PPGTS da PUCPR, o estudo busca encontrar atividades que os idosos possam praticar para prevenir os acidentes. “A pesquisa ganha relevância devido ao envelhecimento da população brasileira, sobretudo com o aumento nas taxas de óbitos de idosos devido a quedas”, explica.

Os pesquisadores utilizaram dados biomecânicos obtidos no Laboratório de Motricidade Humana do PPGTS. Eles mediram o tempo de reação da musculatura do membro inferior dos participantes por meio de eletromiografia e acompanharam o movimento do corpo por meio de uma plataforma de força, permitindo medições precisas em milésimos de segundos.

O diferencial do estudo é que os pesquisadores não compararam os idosos praticantes de tênis com idosos sedentários, mas sim com jovens saudáveis. Essa abordagem permitiu que eles avaliassem se os idosos que praticam tênis ainda possuem respostas fisiológicas semelhantes às dos jovens. Os resultados confirmaram a hipótese inicial dos pesquisadores.

“Idosos que jogam tênis apresentaram um tempo de resposta muscular semelhante ao dos jovens. A prática do esporte pode ser uma ‘fonte da juventude’ no que diz respeito à capacidade de manter o equilíbrio”, destaca Scheeren.

Mas apesar das respostas similares entre os dois grupos, uma diferença notável foi identificada: os jovens mantêm-se relaxados e reagem apenas ao impulso de desequilíbrio, enquanto idosos praticantes de tênis desenvolveram uma nova estratégia motora para manter a postura, ativando a musculatura com maior intensidade antes da perturbação do equilíbrio.

O pesquisador compara essa estratégia motora a “manter o botão do afogador acionado”, demonstrando como os idosos praticantes de tênis adaptam suas respostas para manter o equilíbrio. Scheeren ressalta ainda que as descobertas podem ter implicações significativas para o envelhecimento saudável e a prevenção de quedas em idosos. “A prática do tênis, além de ser uma atividade física divertida, pode ser uma maneira eficaz de manter a juventude e melhorar a estabilidade em idosos”, acrescenta.

Além de Scheeren, participaram do estudo os pesquisadores Nathana Alves de França,  Lucca Zambuzzi Nardin do Nascimento e Caluê Papcke. O artigo “Reactive Response of Older Tennis Practitioners and Healthy Young People in Relation to Balance Perturbations foi publicado no Journal of Science in Sport and Exercise e pode ser acessado na íntegra:  https://rdcu.be/cyyPr

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