Governo estima ao menos R$ 1,5 milhão de prejuízo na Sejel, em razão de descaso com patrimônio público
Atual gestão constatou falta de manutenção e descontrole dos bens
O governador Wilson Lima constatou, nesta sexta-feira (25/01), a situação precária que se encontram a Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), a Vila Olímpica de Manaus e a Arena da Amazônia, na zona centro-oeste de Manaus. Ele visitou os locais para ver de perto o resultado do que classificou de “descaso de governos passados com o patrimônio público”, que tem prejudicado o treinamento de atletas amazonenses, bem como a formação de novas promessas do esporte local.
Alojamentos precários, infiltrações, mofo, mobiliário reciclado, depredações, extravios, furtos e falta de segurança estão entre os problemas identificados pela nova gestão.
“Estou muito triste com tudo que estou vendo. Visitamos dois símbolos do esporte não só amazonense, mas brasileiro e sul-americano. O esporte é um dos instrumentos mais fortes que a gente tem para manter a molecada longe da violência. A Vila Olímpica e a Arena da Amazônia, que foi palco da Copa do Mundo de 2014, já receberam grandes atletas. No levantamento inicial que fizemos, identificamos o prejuízo de pelo menos R$ 1,5 milhão com vandalismo, falta de conservação e falta de comprometimento com o cidadão”, destacou o governador.
O valor pode ser ainda maior, já que existem informações desencontradas devido à falta de controle do patrimônio. Foram identificados o uso de computadores reciclados, bebedouros que não funcionam por não receberem manutenção há anos, além de itens extraviados ou furtados, como notebooks, televisões, portas de alumínio, lâmpadas, fiação e aparelhos de musculação destinados ao preparo de atletas.
A piscina olímpica está com as obras paradas desde 2015. “Nós já conversamos com o empreiteiro e com a Caixa Econômica Federal (convênio para a realização da obra) e já estamos repactuando esse contrato para que as obras voltem. As obras estão 36% concluídas e a gente espera entregá-las até o final desse ano”, disse o governador.
Também foram encontrados problemas estruturais nos vidros (blindex) dispostos nas arquibancadas, sensores de movimento, louças, torneiras e descargas dos banheiros e vestiários, catracas eletrônicas, geradores, elevadores e extintores de incêndio.
Medidas emergenciais – Durante a visita, o governador Wilson Lima adiantou que, além da negociação para repactuar o contrato para retomada da obra da piscina da Vila Olímpica, já determinou reforço na segurança nos espaços e parcerias para obras de reforma e revitalização.
“Nós também fizemos um levantamento para revitalização da Vila Olímpica, como recuperação do pavimento para que as pessoas possam praticar suas atividades físicas. Já providenciamos também o fechamento de algumas entradas da Vila olímpica, para que a gente possa dar um pouco mais de segurança pra quem vai estar ali naquela área. Fizemos algumas parcerias com a iniciativa privada para que a pintura daquela área e para que aconteça também a recuperação do hotel para receber as pessoas que vêm do interior e dar suporte aos atletas.”
Desta forma, não só na Arena de Amazônia e na Vila Olímpica, como nos estádios Carlos Zamith e Ismael Benigno, centros de treinamento e na própria sede da Sejel foram identificados furtos e extravios de aparelhos de musculação, computadores, aparelhos de ar condicionado, mesas, portas, peças dos sistemas de iluminação, cabos de energia e rádios comunicadores.
Parte do maquinário que está em funcionamento nas unidades apresenta mau estado de conservação e precisará passar por manutenções. Em outros casos, como o dos bebedouros de grande porte (industriais), a manutenção não resolve os problemas ocasionados pela ausência de reparos durante anos, sendo necessária a aquisição de novos equipamentos.