Garimpo e desmatamento são responsáveis pela lama em Alter do Chão

4
413

A PF analisou imagens de satélite entre julho de 2021 e janeiro de 2022, e concluiu que os sedimentos começaram a ser formados no Mato Grosso e desceram pelos rios Juruena e São Manuel, até desaguarem no Tapajós, onde tiveram um aumento drástico na altura dos rios Crepori e Jamanxim, onde o garimpo atua. O desmatamento às margens desses rios para plantação de monoculturas também agravou a situação.

A estimativa da PF é que os garimpeiros tenham despejado cerca de 7 milhões de toneladas de rejeitos no Tapajós.

O laudo da PF foi noticiado pela Folha, pelo g1 e O Liberal, entre outros.

Enquanto isso, José Priante, representante do povo paraense na Câmara dos Deputados em Brasília e primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), criticou as ações da PF contra o garimpo ilegal em Itaituba. Em entrevista ao Estadão, Priante classificou a repressão a esse crime como “um espetáculo” e “uma ação hollywoodiana”. Aliás, sobre o uso de certas palavras na guerra de narrativas sobre a Amazônia (e sobre o Brasil), vale a pena conferir a irônica coluna de Flávia Boggio na Folha.garimpo água Alter do Chão

Enquanto isso, surgem novas análises dando a dimensão do estrago que poderá ser causado pelos decretos de Bolsonaro em favor dos garimpeiros. Na RFi, o professor de geociências da UnB, Nilson Botelho, explicou que empresas estruturadas poderão se esconder sob a alcunha da “produção de pequena escala” e deixar de cumprir exigências ambientais e trabalhistas. A matéria resgata também a célere aprovação do PL do Veneno – contra a qual meio milhão de pessoas já assinaram petição online, segundo o Estadão.

Em tempo: Na 6ª feira, 25 de fevereiro, vence o prazo estabelecido há três anos pelo governo de Minas Gerais para que mineradoras desativem estruturas como as de Fundão, em Mariana, e Córrego do Feijão, em Brumadinho, que provocaram tragédias que deixaram um saldo de 291 mortos no estado. Quem não se adequar, perde as licenças ambientais, documentação fundamental para o setor. A Vale já assumiu que não vai cumprir o prazo. Pois bem: a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o trecho da lei que trata da punição e pede mais prazo para adequação. Segundo a Folha, o “empurrar-com-a-barriga” das mineradoras conta com apoio de parte do meio político de Minas Gerais.

ClimaInfo, 18 de fevereiro de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

4 COMENTÁRIOS

  1. I am also writing to make you understand what a perfect discovery my daughter found going through your blog. She discovered lots of pieces, which included what it’s like to have a great coaching style to have the rest without hassle comprehend selected complicated subject areas. You undoubtedly did more than our expected results. Thank you for displaying the insightful, healthy, edifying not to mention fun guidance on your topic to Ethel.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui