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Fed mantém juros inalterados nos EUA

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O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu manter as taxas de juros do país estáveis na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. O anúncio, feito nesta quarta-feira (7), confirmou as expectativas do mercado financeiro e marcou a terceira reunião consecutiva em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) optou por não alterar a taxa básica.

Desde a reunião de março, o FOMC vem sinalizando um cenário econômico incerto. O comitê reafirmou que os riscos permanecem elevados e, desta vez, destacou que as incertezas aumentaram ainda mais devido à política tarifária implementada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Essa foi a terceira decisão de política monetária desde a posse de Trump, em 20 de janeiro, e reflete as mudanças no ambiente econômico após a escalada de barreiras comerciais promovidas pelo governo republicano. As medidas tarifárias têm gerado instabilidade, não apenas nos EUA, mas também em mercados globais.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou força nas últimas semanas. Washington anunciou tarifas de até 145% sobre produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre bens importados dos EUA. Essas ações têm pressionado a inflação americana e prejudicado a confiança de consumidores e empresas.

Apesar da pressão, incluindo críticas públicas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, o banco central manteve a postura cautelosa. Trump chegou a ameaçar retirar Powell do cargo, embora não tenha autoridade formal para isso.

Guerra comercial tem gerado medo de recessão nos EUA

Em comunicado oficial, o FOMC informou que a economia dos EUA continua crescendo “em ritmo sólido”, com desemprego em níveis baixos e um mercado de trabalho robusto. No entanto, a inflação permanece “um pouco acima” da meta de 2%. Em março, o índice de preços ao consumidor (CPI) acumulou alta de 2,4% em 12 meses.

O comitê reforçou seu compromisso em buscar pleno emprego e controle da inflação, mas alertou que continuará monitorando de perto os desenvolvimentos econômicos para ajustar a política monetária, caso surjam novos riscos.

Apesar de Trump priorizar a indústria local com a imposição de tarifas, essa estratégia também tem gerado efeitos adversos. O aumento de custos sobre importações eleva os preços de insumos e pressiona a inflação interna. Além disso, a volatilidade nas políticas comerciais tem afetado a confiança empresarial, com temor de desaceleração econômica ou até mesmo recessão.

Um indicador importante dessa tendência foi a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que registrou retração de 0,3% (taxa anualizada), contrariando expectativas de alta de 0,3%. Esse resultado foi influenciado por um aumento nas importações, já que empresas tentaram antecipar compras antes da aplicação das tarifas mais profundas.

Decisão do Fed também afeta o Brasil

Decisões de juros nos Estados Unidos também repercutem em economias emergentes, como a brasileira. Juros elevados por lá aumentam o rendimento dos Treasuries, títulos públicos americanos considerados os mais seguros do mundo. Isso atrai investidores estrangeiros, fortalecendo o dólar e diminuindo o fluxo de capital para países como o Brasil.

Como consequência:

  • Dólar valorizado pressiona a inflação brasileira.
  • A tendência é de manutenção da Selic em patamares elevados por mais tempo, devido ao cenário externo.
  • A alta da moeda americana afeta o custo de importação e encarece produtos no mercado interno.

Esses fatores contribuem para que o Ciclo de Alta de Juros no Brasil continue, com o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliando os impactos das decisões do Fed em sua estratégia de combate à inflação.

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Fonte: ICL Notícias

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