Entregadores de aplicativo vão fazer uma paralisação nacional nos dias está programada para os dias 31 de março e 1º de abril. O movimento tem como objetivo pressionar plataformas como iFood, Uber Flash e 99 Entrega por melhores condições de trabalho e reajustes na remuneração.
A greve busca garantir quatro principais reivindicações: o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por entrega, o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, a limitação do raio de atuação das bicicletas a três quilômetros e a remuneração integral de cada pedido quando múltiplas entregas são agrupadas em uma mesma rota.
O movimento está sendo articulado pelas redes sociais, por perfis como @brequenacinaldosapps . De acordo com os organizadores, a adesão ao protesto tem sido positiva. “Esse será o maior breque da história. Estamos vendo um engajamento impressionante”, declarou Nicolas Souza Santos, da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea).
Além da paralisação, os trabalhadores também pretendem denunciar práticas que consideram antissindicais, como incentivos financeiros dados por algumas empresas para desencorajar a participação dos entregadores no protesto.

Primeiro ‘Breque dos apps’, em 2020, chamou atenção para as condições de trabalho dos entregadores de aplicativos (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Empresas reagem ao movimento dos entregadores
Diante da mobilização, o iFood disse, em nota, que nos últimos três anos tem reajustado os valores da taxa mínima e do quilômetro rodado. Segundo a empresa, a taxa mínima passou de R$ 5,31 para R$ 6,50 nesse período. O aplicativo também destacou que já limitou o raio de atuação das bicicletas em todo o país e alertou que novas reduções podem prejudicar a oferta de trabalho.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa iFood, Uber e 99, declarou que “respeita o direito à manifestação” e que mantém um canal de diálogo contínuo com os entregadores.
A mobilização acontece em meio ao impasse na regulamentação do trabalho dos entregadores e motoristas de aplicativos.
Em 2023, o Ministério do Trabalho e Emprego tentou mediar um acordo entre os trabalhadores e as plataformas para criar um projeto de lei, mas as negociações não avançaram. Na proposta apresentada pelas empresas, foi sugerido um pagamento mínimo de R$ 12 por hora efetivamente trabalhada, o que foi rejeitado pelos entregadores.
O principal ponto de discordância foi a definição do tempo de trabalho: as empresas consideram apenas os minutos em que o entregador está em deslocamento. Os trabalhadores reivindicam que todo o período logado no aplicativo seja contabilizado e remunerado.
Fonte: ICL Notícias