Em debate, Alisson Leão questionou a origem dos recursos que financiaram as 41 viagens feitas pela candidata Professora Alzira ao interior do Estado

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A candidata não prestou conta detalhada das viagens no Portal da Transparência. A maioria desses deslocamentos ocorreram antes do período eleitoral

No debate realizado pela Rede Onda Digital, nesta segunda-feira (13) com os três candidatos que disputam à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Amazonas (Crea-AM), o engenheiro civil Alisson Leão destacou a precariedade das inspetorias no interior do estado e contestou a série de viagens realizadas pela candidata da situação, a engenheira de pesca, Professora Alzira, que tem o apoio do atual presidente licenciado do Conselho, Afonso Lins.

“A senhora acabou de dizer que foi a 41 municípios. A senhora foi com o dinheiro do profissional ou foi com dinheiro próprio? As viagens não estão no Portal da Transparência do Crea. E uma das coisas que o profissional do interior tem de saber é com o que é gasto o dinheiro do profissional. Em todos os municípios que eu visitei, que eu andei nessa campanha, todos pediram um Crea presente que não tem; todos pediram fiscalização que não tem; todos pediram atendimento de qualidade que não tem. E isso é básico, o profissional que paga, quer um serviço de qualidade. No final, quem sempre paga a conta é o profissional com o pagamento da anuidade e dos serviços”, afirmou Alisson Leão.

A candidata da situação, Professora Alzira, não respondeu sobre os financiadores das viagens. Mas os relatórios financeiros do Crea apontam que o próprio Conselho pagou, de primeiro de janeiro a 12 de maio de 2023, cerca de R$ 25,8 mil somente em diárias para que ela viajasse. Além de não haver detalhamento do valor das passagens e relatório sobre o que foi feito durante estas viagens, os deslocamentos aconteceram no período pré-eleitoral, o que pode ser interpretado como campanha antecipada. Ela estaria sendo favorecida em detrimento aos dois outros candidatos, Alisson Leão e Professor Sanches. Há suspeitas de que as viagens pagas pelo Crea ocorreram até o mês de agosto, mas não há publicação no site do Conselho neste sentido.

Fiscalização intensiva

O candidato Alisson Leão afirmou que irá intensificar as fiscalizações, principalmente, no interior do Estado afim de coibir o exercício ilegal da profissão e garantir o aumento da empregabilidade, principalmente, para os recém-formados. Ele se posicionou a favor dos investimentos em qualificação no segundo momento.

“Os profissionais que estão lá na ponta, candidata (Professora Alzira), candidato (Professor Sanches), eles querem ações e respostas imediatas. E a gente tem um setor de fiscalização no Crea para isso e eu não vi nenhum dos dois comentar sobre a fiscalização. A fiscalização ela injeta emprego na veia do profissional, quando é bem feita e quando é planejada. A nossa fiscalização hoje tem falhas. Aqui, eu ouvi sobre ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), capacitação, o profissional que está formado não quer mais escola, ele quer emprego. Ele quer que a indústria contrate, ele quer que a prefeitura contrate, ele quer que o estado contrate e para isso o Crea tem de usar sua fiscalização. Ele tem de usar aquilo para o qual ele foi criado. O profissional, que está aí recém-formado, precisa de emprego. Dentre as propostas de Alisson Leão, está a formação de parcerias a fim de garantir a capacitação continuada, de forma presencial e à distância.

Salário do profissional

Ao comentar as ações a serem adotadas na sua eventual administração à frente do Conselho, Alisson posicionou-se a favor do profissional e a defesa do pagamento do piso, já estipulado em lei. “O nosso piso salarial está expresso na nossa lei 5.194. O profissional não pode ganhar menos do que seis salários-mínimos. Isso é lei. É competência do Crea fiscalizar o salário-mínimo profissional. O Crea tem de fiscalizar os órgãos competentes. O sindicato foi praticamente expulso pelo Crea, pela atual gestão e o sindicato, hoje, não pode trabalhar porque está fora do Crea, não tem estrutura, não tem aporte financeiro. Na nossa gestão, minha, do Cláudio Guenka (que concorre ao cargo de diretor Geral da Mútua-AM) e da Denise Braga (que concorrer ao cargo de diretora Administrativa da Mútua-AM), vamos trazer as entidades que estão fora do Crea para dentro do Crea para que a gente possa ter uma base de entidades para defender o salário-mínimo do profissional”, garantiu Alisson Leão.

O Sindicato dos Engenheiros do Amazonas (Senge), é a instituição que possui legitimidade para exigir o cumprimento do pagamento do piso salarial profissional. Contudo, também é de competência dos Creas fiscalizar tal direito dos profissionais, conforme o disposto no art. 1° da Resolução nº 397/1995 – CONFEA.

Ao final, o candidato do grupo Crea para Todos, Alisson Leão, pediu votos para os candidatos que possuem propostas claras para resolver os problemas do Crea e da Mútua de forma a democratizar o acesso aos serviços. “Eu quero direcionar a minha fala para o meu time que está me assistindo neste momento, vocês serão campeões junto comigo. Muito obrigado pela força e pelo apoio. Nesse momento, eu quero direcionar a minha fala a 23 mil profissionais, que de alguma maneira quer mudança, que quer uma CAT (Certidão de Acervo Técnico) rápida, que quer atendimento exclusivo. Empresário, que tem dificuldade de ser atendido, eu quero dizer que a partir do ano que vem tudo isso vai mudar. A gente quer uma Mútua junto com o Crea. Uma Mútua que atue e um Crea que, realmente, faça aquilo que tem de fazer pelo profissional. Jefferson (Coronel, mediador do debate), o Crea vai ser mais presente na vida da sociedade e na vida dos 23 mil profissionais, que estão em qualquer lugar deste Estado. E até a vitória. Crea para Todos!, fechou a participação no debate, Alisson Leão.

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