Problema com causa nem sempre evidente, a ‘síndrome da dor pélvica crônica’ (DPC) pode acometer tanto homens, quanto mulheres e pede uma investigação diagnóstica ampla e minuciosa. Sua principal característica é ter duração superior a três meses. Em pacientes do sexo masculino, pode vir acompanhada de dor no períneo, na área suprapúbica, pênis e testículos, além de disúria (dor ao urinar) e dor ou incômodo ejaculatório. Já em mulheres, os sintomas incluem problemas urinários obstrutivos como fluxo lento, intermitente e irritante, além de aumento da frequência urinária, destaca o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.
“Há, ainda, os sintomas que acometem ambos os sexos, como a disfunção sexual, mialgia (dor muscular), artralgia (dor articular) e fadiga sem explicação aparente”, frisou. De acordo com ele, pressão ou desconforto prolongado na região da pelve, incluindo os órgãos genitais, podem ser sinais de que o paciente está com a alteração, a qual afeta a qualidade de vida e também o convívio social.
“É muito comum que pessoas nessa condição se isolem, pois com o aumento da dor e da frequência urinária, o convívio coletivo acaba sendo comprometido, além das atividades habituais do dia-a-dia. Esse isolamento pode causar mudanças comportamentais e até depressão”, destacou o médico, que é doutor em saúde coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) / Universidade do estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Apesar da dificuldade em determinar a causa da dor pélvica crônica, em mulheres, ela pode estar relacionada a problemas gastrointestinais, ginecológicos, neurológicos, urológicos, musculoesqueléticos ou psicológicos e emocionais. Em geral, ela é diferenciada da dor menstrual e também pode ser chamada de dor não cíclica. “Os homens têm como causa, em parte dos casos, o comprometimento da qualidade dos músculos que sustentam os órgãos da cavidade abdomino-pélvica”, explicou Figliuolo.
Giuseppe Figliuolo destaca que o diagnóstico requer uma ampla investigação, que inclui avaliação clínica e exames de apoio, como os laboratoriais, de imagem, entre outros. Já o tratamento pode ser feito, dependendo do caso, com o uso de medicamentos e até cirurgia, se houver indicação. “Também podemos utilizar outros tipos de terapia, como a termoterapia localizada (tratamento a base de calor), os exercícios diários de baixo impacto, dieta balanceada que ajude no funcionamento do intestino e fisioterapia. Essa lista pode ajudar a minimizar os efeitos da dor, se for transformada em uma rotina”, esclareceu Figliuolo.