Dionísia Campos é a primeira mulher a assumir a Superintendencia Agricultura e Pecuária no Amazonas em 163 anos

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Em solenidade realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nessa sexta-feira, 23 de fevereiro, a médica veterinária Dionísia Soares Campos assumiu o cargo de superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas, autarquia vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Governo Federal.
Dionísia é a primeira mulher nomeada como superintendente do órgão em 163 anos do Mapa. Em seu discurso de posse, nomeou produtos produzidos no estado e seus respectivos municípios de origem, destacando os “gargalos” que dificultam o pleno funcionamento da cadeia produtiva.
“Produzir alimentos no estado do Amazonas é um ato de coragem. Muitos são os desafios do agronegócio na nossa região. Principalmente, tendo de aliar os compromissos de preservação da floresta Amazônica ao desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar do nosso povo. Que possamos enxergar sempre o produtor rural como protagonista que motiva a nossa atuação, melhorando as condições de trabalho daqueles que materializam a produção rural no nosso estado. Precisamos investir e fomentar a agricultura familiar sobre diversos aspectos. Devemos apostar em tecnologias com baixa emissão de carbono, buscando uma transição tranquila da agricultura tradicional para a agricultura orgânica”, enfatizou Dionísia.
O primeiro grande desafio à frente da superintendência é a erradicação da febre aftosa. Conforme dados da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), atualmente, em apenas 13 municípios amazonenses e um parcialmente, os rebanhos foram declarados imunes à doença: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte do município de Tapauá.
Presenças
Participaram da cerimônia de posse o senador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), o deputado estadual, Sinésio Campos (PT), a presidente do Tribunal de Conta do Estado do Amazonas (TCE), Yara Lins e a secretária da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Michelle Bessa, representando o governador do Amazonas, Wilson Lima, além de representantes de entidades e órgãos ligados ao setor primário.
O deputado estadual Sinésio Campos defendeu a retomada do investimento na obra de infraestrutura essencial para acabar como o isolamento do estado em relação ao restante do país. “O produtor rural está fazendo seu trabalho, seu dever de casa. Mas não tem como desenvolver mais se não tiver como escoar sua produção. Não podemos deixar isso acontecer. A BR-319 não é uma via de passeio. É uma via de escoamento de produtos.
Por isso temos que lutar por ela. Precisamos exportar produtos, gerar emprego e renda nos municípios. Existe um grande potencial do agronegócio e do setor mineral no estado, mas o Amazonas está muito aquém dos demais Estados. Temos aí problemas de fronteiras desguarnecidas de fiscalização. As doenças fitossanitárias estão entrando sem problemas no nosso estado, atingindo nossos rebanhos bovino e suíno”, pontuou Sinésio Campos.
O senador Omar Aziz enfatizou a importância da BR-319 tanto para o setor primário quanto para a dinâmica do estado como um todo. “Muita gente acha que a gente vai mudar o modal de transporte de importação e exportação da Zona Franca de Manaus. Isso não vai acontecer. É importante entender a necessidade dessa rodovia uma vez que já tivemos dois eventos tristes no Amazonas: a pandemia e agora essa seca.
Precisávamos ter a BR-319 trafegável. Temos muitos adversários contra a BR-319, que não moram aqui, não conhecem a região, mas ouvem dizer e querem interferir. Nós entendemos que os estados do Amazonas e Roraima são os mais prejudicados. Não fazem parte do Brasil porque não tem ligação.   O Amazonas e Roraima estão para o Brasil como o Havaí está para os Estados Unidos, não tem conexão terrestre”, afirmou Omar.
Apoio dos produtores rurais 
Para os representantes dos produtores rurais, a visão de Dionísia a frente do órgão será diferenciada. “Quero agradecer a Deus por estar concedendo um cargo a mais uma mulher aqui no Amazonas. Em nome da agricultura familiar, dos produtores que produzem alimentação saudável dentro do estado Amazonas, quero dizer que estamos em um momento ímpar da história do Ministério. Em 163 anos de existência, hoje, assume uma mulher nesse cargo, uma referência para outras mulheres. Espero que seja combatida a violência contra mulher no cargo público que muitas vezes é perseguida pelos companheiros homens porque está no poder”, disse a presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas (Fetagri-AM), Edjane Rodrigues.
 

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