CPI da Pandemia: Eduardo Braga afirma que Governo do AM foi alertado sobre crise do oxigênio desde julho de 2020

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Senador apresentou ofícios enviados pela White Martins com avisos sobre a elevação da demanda pelo insumo na rede pública, em virtude dos casos de Covid-19

O senador Eduardo Braga (MDB/AM) apresentou, durante o depoimento do ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, à CPI da Pandemia, nesta terça-feira (15/06), os ofícios enviados pela White Martins em 2020 à Secretaria de Estado da Saúde (Susam) em que alerta para a elevação da demanda por oxigênio medicinal na rede pública, em virtude dos casos de Covid-19.

A primeira correspondência foi encaminhada em 16 de julho de 2020, praticamente seis meses antes de a capital Manaus registrar a crise de oxigênio que vitimou milhares de cidadãos. Em 11 de setembro do mesmo ano, a empresa reforçou o aviso em mais um ofício. “Portanto, não foi em dezembro de 2020 nem janeiro de 2021. Em setembro, a White Martins já avisava que não suportaria. Está muito claro para mim o que aconteceu no Amazonas: incompetência e falta de vontade de salvar vidas”, afirmou Eduardo.

Somente em janeiro de 2021, o Estado registrou 2.822 óbitos em decorrência da enfermidade. Até ontem, 14 de junho, o Amazonas acumulava 13.149 registros de mortes por Covid-19, com uma média de 317 vítimas a cada 100 mil habitantes. A média nacional é de, aproximadamente, 200 para cada 100 mil habitantes.

Ainda que ciente dos alertas da empresa para a iminência de escassez do insumo hospitalar, o Governo do Estado não adquiriu usinas de oxigênio, destacou o parlamentar amazonense. “Quem comprou foram as prefeituras de Parintins, Careiro Castanho e Itacoatiara. O Governo do Estado recebeu doações, mas não comprou nenhuma com recurso próprio ”, disse Eduardo munido de um documento com a relação de usinas existentes no Amazonas. “Enquanto isso, pessoas morrendo por falta de oxigênio no Estado. ”

Recurso bloqueado – As faltas de planejamento, compromisso e amor ao Amazonas, destacou o senador, repetiram-se no represamento de recursos no Fundo Estadual de Saúde que seriam destinados ao Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e ao município de Tabatinga. “Por que vocês não repassaram R$ 7 milhões ao HUGV, recurso providenciado por mim por meio de emenda? ”, questionou.

Campêlo tentou argumentar que a instituição pretendia utilizar a verba para obras, informação desmentida imediatamente por Eduardo. “Vocês, do Governo do Estado, tiveram que usar parte dos leitos do hospital. Compraram R$ 1,4 milhão em medicamentos para atender esses pacientes que utilizaram os leitos. Agora, querem colocar o valor desses medicamentos na verba que era para o custeio do Getúlio Vargas. ”

Segundo Eduardo, houve também o bloqueio de recursos para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Tabatinga. Mais uma vez, o ex-secretário afirmou que não houve o repasse, pois o objetivo da prefeitura era a ampliação física da UPA. De novo, Eduardo declarou que o montante seria para custeio, conforme documentos obtidos por ele. “Enquanto isso, morreram 163 cidadãos no município. É lamentável tudo isso”, declarou.


Assessoria de imprensa

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