Brasil de de volta ao palco internacional como ator principal do meio ambiente

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É preciso se perguntar de que Amazônia estamos tratando, pois a região é múltipla, a marca é internacional e a cultura é complexa. (Foto: Isaac Quesada/Unsplash)
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Na semana passada, se encerrou, no Egito, a 27ª conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP27. Depois de anos de omissão brasileira das questões ambientais – que incluiu uma recusa em sediar a cúpula em 2019 –, o país voltou ao palco internacional com uma questão central: a Amazônia. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, que priorizou a agenda socioambiental em seu plano de governo, veio como bálsamo para atores nacionais e estrangeiros preocupados com a crise climática.

Ainda assim, o Brasil deve enfrentar, nos próximos quatro anos, as rebarbas de uma gestão antiambientalista que encontra ecos desde o período colonial até projetos de lei que ainda tramitam no Congresso. Além de reverter a deterioração de instituições que protegem a Amazônia e povos originários, como avançar na pauta? Os colaboradores da Amazônia Latitude dão pistas – com uma constante: o trabalho é duro, e deve ser feito a múltiplas mãos.

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1 – A Amazônia diante da comunidade internacional 
• Há muito tempo, as questões internacionais relacionadas à Amazônia têm cunho geopolítico e político, para além da proteção da floresta. Agora, é também uma ferramenta de posicionamento estratégico para o Brasil no que tange à sua importância internacional para uma econômica mais sustentável.

2 –  Qual Amazônia está no centro do mundo? • A Pan-Amazônia está retomando a sua centralidade – justo a região cuja construção se deu através de políticas internas e externas pautadas por violências recorrentes e foi transformada em periferia pelos cânones do desenvolvimento econômico. É urgente que ela seja recolocada no centro do mundo – mas não de qualquer mundo.

3 – Balanço da COP27 • Ler o documento final que foi resultado de mais de uma semana de negociações no Egito gera uma lúgubre sensação de dèjá vu. Mas, se a 27ª conferência climática da ONU deixou a desejar na área de redução do CO2 atmosférico, avançou na importante discussão sobre restituições e compensações de países ricos – e principais emissores – aos países pobres, acossados pelos efeitos nefastos das mudanças climáticas.

4 –  Rebarbas de uma gestão antiambiental •  Um novo projeto de lei que está avançando no Congresso Nacional sugere a exclusão do estado do Mato Grosso da área de proteção da Amazônia Legal, onde o desmatamento é limitado por meio de uma exigência do Código Florestal brasileiro. Segundo o pesquisador do INPA Philip Fearnside, o objetivo do Mato Grosso com a medida é desmatar mais.

5 –  Um longo caminho para a valorização da Amazônia •  “A civilização humana insiste em se colocar cada vez mais à parte da natureza, como se fosse um ser superior e não dependente dos ciclos naturais para sua própria existência”, diz a ativista fotográfica Marilene Ribeiro. Fogo Aberto, sua mais recente exposição, detalha a perspectiva da artista sobre as queimadas que têm dizimado o patrimônio biológico, social e cultural brasileiro.

Vale conferir

“OPEC” das florestas tropicais • As três grandes nações com florestas tropicais – Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo – assinaram um acordo na COP27 para formar uma aliança estratégica para coordenar sua conservação. The Guardian. 

Danos e reparações • Após 30 anos de impasse, os países ricos concordam em pagar pelos danos climáticos nas nações pobres, com um novo acordo climático da ONU para ajudar países em desenvolvimento com danos causados pelo aquecimento global. Mas grandes questões sobre o funcionamento do mecanismo permanecem em aberto. The New York Times.

Amazônia e segurança climática • Em discurso na COP27, primeira aparição internacional desde que foi eleito presidente do Brasil, Lula defendeu que o mundo depende da sobrevivência da Amazônia e de seus povos. Amazônia Real.

Protagonismo ambiental do Brasil • O caminho mais rápido e eficaz para que o Brasil assuma posição de destaque no tabuleiro global é por meio do combate às mudanças climáticas, dizem analistas. Folha de São Paulo.


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A exposição oferece uma poderosa mensagem sobre ‘a dor da agressão’ e ‘a dor da irreversibilidade’. (Foto: Marilene Ribeiro)

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