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Bolsonarista atropela quatro pessoas após discussão política em festa no Rio

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Por Cleber Lourenço

Luciano Valerio Pires foi preso em flagrante no sábado (25), acusado de atropelar quatro pessoas durante uma festa de aniversário na Rua Alice, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. O ataque, segundo testemunhas, teve motivação política. Cerca de 30 pessoas participavam da comemoração quando o agressor se desentendeu com convidados por conta de um bóton com os dizeres “Sem Anistia”.

As vítimas, que preferem não se identificar por medo de represálias da extrema direita, descreveram à coluna momentos de tensão, medo e violência. “Nunca pensei que eu ia passar por uma coisa dessas. Estou processando tudo até agora”, disse uma das convidadas, visivelmente abalada. “Meu irmão é músico, minha irmã é artista plástica, somos da área de humanas. Nunca imaginei que estaríamos diante de uma cena dessas”, completou.

O caso começou quando uma das convidadas atravessou a rua para cumprimentar um casal de amigos e foi abordada por Pires, que questionou de forma provocativa seu posicionamento político ao perceber o bóton. Ela optou por não responder. Em seguida, o homem se aproximou da mesa onde o grupo comemorava com música ao vivo e começou a cantar, alternando sua participação com manifestações de apoio a Jair Bolsonaro. Os comentários geraram incômodo entre os convidados.

Algumas pessoas pediram que ele se afastasse, mas o homem reagiu com hostilidade e chegou a empurrar duas mulheres mais velhas. O marido de uma delas tentou intervir e foi agredido. A situação se agravou quando outros dois convidados o chamaram de covarde, provocando um tumulto que se espalhou pela Rua Alice. Os presentes tentaram afastar o agressor, que deixou o local gritando ameaças: “Vão ficar aí? Então agora vocês vão ver… vão se foder!”.

Pouco depois, Pires retornou ao local dirigindo um HB20 branco e jogou o veículo deliberadamente contra os convidados. “Ele fez um boliche com a gente”, resumiu uma das vítimas. Quatro pessoas foram atingidas. Um rapaz sofreu uma pancada na cabeça, foi atendido pelos bombeiros e levado a uma clínica, onde foi submetido a tomografia. Os médicos recomendaram que ele permanecesse internado, mas o pai assinou a alta. As outras três vítimas tiveram ferimentos nas pernas e escoriações. “Esse menino foi o que mais se machucou. Ele ficou todo lanhado nas costas”, relatou uma das testemunhas.

Atropela

Momento da prisão do atropelador

Atropelador simulou estar mancando

O gerente do bar Sonho Lindo foi quem acionou a polícia, informando a marca do carro e o sentido da fuga. Policiais que faziam patrulhamento nas imediações do Túnel Santa Bárbara conseguiram interceptar o veículo em Santa Teresa. O caso foi registrado na 12ª DP (Copacabana), e Pires foi autuado por tentativa de homicídio.

Na delegacia, ele simulava estar mancando, segundo os presentes. “É assustador o nível de ódio que essas pessoas alimentam. E depois ainda tentam se passar por vítimas”, afirmou uma das convidadas, reforçando o medo de retaliações.

Segundo relatos, o clima entre os presentes ainda é de abalo emocional. “Tá todo mundo muito mexido. A sensação é de vulnerabilidade total”, disse outra convidada. As vítimas destacaram que o episódio ultrapassa os limites de um conflito ideológico e se insere em um ambiente de hostilidade crescente, alimentado por discursos extremistas.





Fonte: ICL Notícias

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