Início Notícias Brasil Aumento da Selic não resolve problema da inflação no Brasil

Aumento da Selic não resolve problema da inflação no Brasil

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A professora Carla Beni, economista da FGV, explicou em entrevista ao ICL Mercado e Investimentos nesta segunda (17), que o aumento da taxa Selic para conter uma inflação de custos, como é o caso do Brasil, é uma medida ineficiente.

“Nós estamos comemorando há dois anos um PIB que cresce mais de 3%, uma retomada da massa salarial, uma melhora do emprego e da renda. Então, quando você contrai a economia, o que acontece? Esse grupo da população que foi inserido vai ser expurgado em grande medida”, disse Carla Beni.

Para ela, o “remédio” receitado para a inflação brasileira não está adequado. “O que eu vejo do diagnóstico da inflação brasileira e desse remédio amargo trazido como consequência, que é a alta dos juros, é que já parte de um diagnóstico errado e que esse remédio vai acabar, na marra, baixando a inflação, mas enforcando um setor muito importante que é o setor urbano, diminuindo a renda das pessoas, podendo aumentar o desemprego”.

Exportação está aumentando inflação dos alimentos, aponta economista

Durante a entrevista, a economista também falou sobre o aumento nos preços dos alimentos. “Um trabalho enorme da Unesp, excelente, aponta que a inflação de alimentos mais alta do que o IPCA já vem ocorrendo desde 2007”. Segundo a professora, isso acontece devido à internacionalização da pauta da Agricultura. “Quando você pega os dados do ano passado, você vai ver um dado bem interessante: 89% do aumento dos preços da alimentação no domicílio foi em três grupos, primeiro carnes bovinas, depois bebidas e infusões, incluindo o café, e leite derivados, ou seja, quando a gente tem uma estrutura direcionada para a exportação, a gente acaba tendo um efeito colateral aqui dentro”.

Vale lembrar que a área plantada de arroz e feijão no Brasil, que é o que a população come no dia a dia, vem diminuindo drasticamente. De acordo com Carla Beni, cerca de 40% nos últimos 10 anos.

Para combater a inflação de alimentos, ela defende os estoques reguladores e critica o fim do imposto de importação para determinados alimentos anunciado pelo governo recentemente. “O café, por exemplo. O Brasil é um dos maiores exportadores de café. E não significa que a gente vai conseguir importar de outro país mais barato e, se conseguir, talvez venha uma cápsula de café mais barata, mas isso não tem Impacto alguma para vida da população que toma o café coado no dia a dia”.

A economista defende que é preciso diminuir a volatilidade do câmbio. “Para isso, eu tenho que fazer uma série de outras medidas. Tenho que pensar em controle de capitais, eu tenho que pensar em reduzir subsídios fiscais para o setor agroexportador. Quem é que vai querer colocar a mão nesse vespeiro?”

Neste sentido, a economista e apresentadora do ICL Mercado e Investimentos, Deborah Magagna, afirmou que o mercado sempre espera um ajuste fiscal no “lombo do trabalhador”.

Assista à entrevista completa:





Fonte: ICL Notícias

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