Após acordo com Justiça Britânica, Julian Assange está livre

0
310

O jornalista australiano Julian Assange foi liberado da prisão de segurança máxima onde estava detido há mais de cinco anos na capital do Reino Unido, Londres, nesta segunda-feira (24).

O jornalista enfrenta 18 acusações de um inquérito de 2019, no qual é acusado de participar no vazamento de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos. A pena máxima para os crimes é de 175 anos de prisão, embora uma condenação de tanto tempo fosse improvável.

Os arquivos foram fornecidos pela ex-analista de inteligência do Exército, Chelsea Manning, em 2010 e 2011.

A agência de notícias AFP afirma que Assange concordou em se declarar culpado em um tribunal dos Estados Unidos por revelar segredos militares, em troca da sua liberdade. O acordo encerraria assim um longo drama legal.

A AFP diz que Assange comparecerá a um tribunal das Ilhas Marianas do Norte, um território estadunidense de 50 mil habitantes no Pacífico. Segundo o acordo, ele se declarará culpado de conspiração para obter e disseminar informações de defesa nacional. A audiência será realizada às 20h desta terça-feira (horário de Brasília).

A audiência pode ser realizada lá porque os americanos têm um Tribunal Distrital nas Ilhas Marianas, que são um “estado livremente associado” aos Estados Unidos.

Segundo a Justiça americana, na audiência o fundador do WikiLeaks deve ser sentenciado a 62 meses de prisão. Como ele já cumpriu mais que 62 meses de prisão no Reino Unido, será liberto.

O site WikiLeaks comemorou. Veja abaixo a tradução do post publicado no X:

“Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho, depois de ter passado 1.901 dias lá. Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi liberto no aeroporto de Stanstead durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido.

Este é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas.

Isto criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado. Forneceremos mais informações o mais breve possível.

Depois de mais de cinco anos numa cela de 2×3 metros, isolado 23 horas por dia, ele em breve se reunirá com sua esposa Stella Assange e seus filhos, que só conheceram o pai atrás das grades.

O WikiLeaks publicou histórias inovadoras sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, responsabilizando os poderosos pelas suas ações. Como editor-chefe, Julian pagou caro por esses princípios e pelo direito do povo de saber.

Ao regressar à Austrália, agradecemos a todos os que estiveram ao nosso lado, lutaram por nós e permaneceram totalmente empenhados na luta pela sua liberdade”.

A mulher de Julian, Stella Assange, publicou post no X sobre a libertação do marido:

“Palavras não podem expressar nossa imensa gratidão a VOCÊS — sim, VOCÊS, que se mobilizaram durante anos e anos para tornar isso realidade. OBRIGADO. Obrigado. OBRIGADO”.

Assange preso na Inglaterra

O fundador do WikiLeaks ficou preso na Inglaterra desde 2019, após de passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas.

Antes do julgamento, a esposa de Assange fez um alerta sobre o estado de saúde frágil do australiano de 52 anos.

“A saúde dele está piorando, física e mentalmente. A vida dele corre perigo a cada dia que permanece na prisão e, se for extraditado, ele vai morrer”, afirmou Stella Assange no fim de maio.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui