A luta por liberdade em uma São Paulo distópica
No livro “A Sociedade Ômega e o Homem com Escapulário de Prata”, escritor Nilo C. Boto apresenta uma sociedade que sofre com as consequências de um governo absolutista
Em A Sociedade Ômega e o Homem com Escapulário de Prata, primeiro livro de uma série distópica – de 22 volumes – escrita por Nilo C. Boto, São Paulo está destruída. A cidade também mudou de nome: agora é chamada de Heuss. Essa aniquilação, entretanto, não é um sintoma exclusivo da capital paulista, que um dia havia sido o maior centro econômico do Brasil. No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor foi demolido há muito tempo. Em Paris, não há mais rastros da Torre Eiffel. A realidade catastrófica se deu após a queda de um asteroide que dizimou grande parte da raça humana.
Por várias décadas, a população mundial acreditava que não existia mais saída. Todos estavam destinados à morte precoce. Mas surgiu um homem capaz de mudar a situação: Yolin Novac. Apesar de ninguém nunca ter visto seu rosto, ele havia encontrado a cura para várias doenças, além de defender ideias para implementar um sistema econômico teoricamente igualitário. Porém, como toda distopia, isso deu errado.
Não temos mais o mundo de antes, apenas lembranças e registros de que já fomos livres e felizes um dia e o pior, que não soubemos valorizar isso. A população da terra foi reduzida drasticamente graças à falta de estrutura médica e investimentos em pesquisas para curar os doentes e, sobretudo, pela fome trazida pelo caos. E, por fim, até a fé nos abandonou. O Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo não está mais entre nós. Deve ter desistido dos homens, e agora éramos, de fato, o que sobrou da raça humana. (A Sociedade Ômega, pg. 7 e 8)
Todos foram unidos em um domínio chamado Ômega. E, por trás da aparente boa intenção do salvador, o mundo se submeteu a um governo absolutista. Aqueles que iniciaram levantes foram assassinados, as pragas voltaram a aparecer, e a fome se tornou uma ameaça novamente. Para se dar bem na vida, tornou-se necessário trabalhar para o governo e ser membro da elite – o que também significou perder a liberdade de expressão.
No meio disso, um grupo de resistência fragilizado elabora um plano depois de várias tentativas falhas. Agora, os rebeldes podem mover uma peça importante para lutar pela liberdade da sociedade. Entre mortes e conflitos, eles seguem em frente e batalham para escapar de um governo autoritário e assassino.
Com a obra, o autor propõe reflexões sobre o contexto sociocultural brasileiro. Bem ao estilo “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins, e “Divergente”, de Veronica Roth, o escritor constrói personagens carismáticos em uma saga capaz de prender os leitores até a última página. Nessa distopia nacional, o leitor se revolta e torce junto com os protagonistas, que precisam sobreviver para libertar a população.
FICHA TÉCNICA
Título: A Sociedade Ômega e o Homem com Escapulário de Prata
Autor: Nilo C. Boto
Editora: Uiclap
ISBN/ASIN: 978-65-00-32020-6
Formato: 14,8 X 21 cm
Páginas: 176
Preço: R$ 38,99 (impresso) e R$ 5,39 (e-book)
Onde comprar: Uiclap | Amazon
Sobre o autor: Nilo César de Mouro Bôto nasceu em Sobral, no interior do Ceará, e mora em Recife, capital de Pernambuco. Formado em Engenharia Civil, exerce a profissão concomitantemente aos trabalhos como escritor de ficção. Escreve desde os 14 anos, quando elaborou um romance jamais publicado. Apaixonado por ficção científica e pelas histórias de origem japonesa, decidiu produzir a série “A Sociedade Ômega” com objetivo de refletir sobre a situação sociopolítica do Brasil.