A Lei Aurea, de 1888, acabou com a escravidão no Brasil ? NÃO !

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Não.

As crianças que nasceram livres a partir de 1871 (Lei do Ventre Livre) tinham que ser sustentadas pelas mães escravas.

Os velhos que foram jogados na rua a partir de 1885 (Lei dos Sexagenários) saíram com a roupa do corpo e foram direto para o olho da rua.

O resto que foi liberto em 1888 (Lei Áurea) também saíram com a roupa do corpo.

Sem moradia, sem escola, sem ofício (a maioria), sem emprego, analfabetos de pai e mãe, sem eira nem beira. Depois de trabalharem uma vida inteira sem paga, recebendo só “casa” (na senzala), “roupa” (só o necessário) e comida (mas não tinha manga com leite).

 

 

Descrição e análise da pintura A pintura A Redenção de Cam é fruto de um momento de pós-emancipação, marcado pela adesão do racialismo na esfera pública e da “necessidade” de ações em relação ao destino da população negra e miscigenada na ordem livre e republicana.A obra faz alusão ao primeiro livro da Bíblia Cristã, Gênesis, capítulo 9. No episódio, Cam expõe a nudez e bebedeira de seu pai, Noé, aos irmãos Sem e Jafé e, por isso, é condenado pelo pai a ser escravo juntamente com seu filho Canaã, que é amaldiçoado como “servo dos servos”. Noé profetizou que ele, Cam, seria “o último dos escravos de seus irmãos”. Cam é apontado na Bíblia como suposto ascendente das raças africanas. Diante disso, nos séculos XVI, XVII e XVIII, os cristãos usaram a passagem bíblica para justificar a escravidão nas economias coloniais.O mapa estilizado “T e O”, considerado o mapa impresso mais antigo do ocidente, faz alusão à África sendo dos descendentes de Cam. A tela mostra uma espécie de caminho para reverter a “maldição” (ser afro-descendente), branqueando os personagens. É perceptível o naturalismpresente na obra, que traz gradações de cores entre as três gerações dos personagens. O bebê é o mais branco, seguido pelo pai, sentado ao lado da mãe, que segura a criança no colo. No canto esquerdo da tela, quem tem a pele mais escura é a avó, com mãos erguidas ao céu em agradecimento. Por nascer branco, seu neto foi livrado da “maldição” de ser negro, já que sua filha, mulata, casou-se com um homem branco.Sentados estão a mãe da criança, que a carrega em cima dos joelhos, e um homem com as pernas cruzadas, supostamente o marido branco e responsável pelo “branqueamento” do descendente. Podemos notar que essa gradação de cor segue da esquerda para a direita, mostrando a mestiçagem em seu processo completo. Aqui, não se trata apenas de uma eliminação cultural e racial, mas também da necessidade de um progresso que, aos olhos de Brocos, só viria por meio do branqueamento da população e da aproximação com a cultura europeia, eliminando e ignorando as demais etnias e costumes. Essa negação da cultura africana fica aparente quando reparamos nas vestes das personagens femininas; já que ambas usam roupas ocidentalizadas e não trajes que remetem à origem das mesmas.O corpo da mulher sentada está coberto por roupas, fazendo com que pareça mais europeu do que africano.Aqui, está presente uma ideia de ajustamento das mulheres negras à moral cristã e a um ideal de reprodução branqueador. Além disso, é notório que as duas personagens que não possuem a pele branca, são mulheres: a mãe e a avó, estabelecendo uma oposição de cor em relação ao bebê e o pai. Há um reforço da visão progressista da pele branca quando percebemos que o chão em que o homem pisa é de pedra, mostrando uma evolução em relação ao que as mulheres pisam, que é de terra. Mais uma vez, o europeu de pele branca é representado como superior, e isso fica explícito até na pose em que o homem, de costas, olha o resto da cena. A posição das mãos e olhares entre os personagens trazem coerência à mensagem que Modesto Brocos quis passar. A obra lhe rendeu a medalha de ouro no Salão Nacional de Belas Artes de 1895 e mostra os rumos da arte brasileira no final do século XIX. Existe a teoria de que a mãe (sentada, ao centro da tela) seria a representação da Virgem Maria e o bebê, o menino Jesus. Isso se deve graças a cor azul do xale em que está envolta, pois faz alusão ao manto usado pela Virgem Maria.
O mapa estilizado “T e O”, considerado o mapa impresso mais antigo do ocidente, faz alusão à África sendo dos descendentes de Cam.

 

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